quinta-feira, 11 de março de 2010

Discreta canção para um guarda-chuva perdido

Jorge Adelar Finatto

Se encontrares por aí 
um guarda-chuva perdido
toma-o na mão
e leva-o contigo

alguém distraído
perdeu-o
sem querer
na casa do vento

não o abandones
por favor
na neblina
do oblívio

acolhe esse amigo
que foi esquecido 
num banco de praça
na tarde vazia
de um domingo

oferece-lhe
afeto e abrigo

um dia talvez 
ele partilhará
a longa solidão
do inverno
contigo


















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Fotos: J.Finatto

Um comentário:

  1. Adelar fizeste um excelente ensaio fotográfico, quase fico a não comentar o poema.
    Um escritor, chamado Antônio Mariano, de João Pessoa, tem um livro chamado: Guarda-chuvas esquecidos. Os guardas-chuvas não são, apenas, de interesse dos Achados e Perdidos...
    Quanto ao poema, usates o recurso da prosopopéia, dando vida a este ente discreto, mas extremamento necessário.
    O conjunto imagens e poema ficou, extremamente, harmonioso.

    Abraço.

    Ricardo Mainieri

    PS - Tem poema meu no blog sobre o Clube na Esquina.

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