quarta-feira, 24 de novembro de 2010

McCartney

Jorge Adelar Finatto


Nunca fui fã incondicional dos Beatles. A minha relação com o grupo foi sempre discreta (motivo de preocupação deles, claro). Não é uma questão de querer ser diferente, mas de  gosto. Aprecio diversas músicas, mas não tenho nenhum disco. Um perfeito ser das cavernas. Mas nada como um dia depois do outro. Acompanhei a passagem de Paul McCartney  (68 anos) por Porto Alegre através da imprensa (até porque não se falava noutra coisa). Posso dizer que tenho novas e boas razões para admirá-lo. A começar pelo esforço que fez em comunicar-se em português (muito bem, por sinal) com o público presente ao seu show. Vejo nisso uma manifestação de consideração com as pessoas, tão fãs quanto qualquer súdito da rainha. Admirável a sinceridade nas entrevistas, fazendo questão de mostrar-se como a pessoa que é, sem mitologia. Falou sobre seu vegetarianismo, seus filhos, sua carreira. Tratou todo mundo com gentileza, mas sem falsas intimidades. Cantou como se a voz estivesse ainda nos anos 1960. Foi simpático a ponto de, em pleno estádio lotado, repetir com a telúrica assistência "ah, eu sou gaúcho". Uma lição nesses tempos em que o planeta aderna com o peso de tantos egos inflados. Portanto, passei a gostar do cara. Como é bom poder dizer isso. Agora só falta o disco. Antes tarde do que nunca.

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Foto: Paul McCartney, Inglaterra, 2010. Fonte: Wikipédia. Autor: Oliver Gill.

4 comentários:

  1. Coincidência, Adelar, também nunca fui muito fanático pelos Beatles, embora saiba do enorme significado que eles tiveram.
    Gostava da regravação deles na voz de Caetano e Milton, nas cordas de Toquinho e George Benson, na voz das divas do jazz.
    Porém, sempre acompanhei com interesse a carreira de Paul e John Lennon.
    Lennon e Harrison se foram, ficaram Paul e Ringo.
    Não iria ao show(até porque foi muito caro) mas gosto das idéias e músicas do homem Paul.
    Quem sabe, se, ainda, trouxessemos estas idéias e interesses dos anos da contracultura esta sociedade não seria melhor?

    Abraço.

    Ricardo Mainieri

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  2. Ótimo o exemplo, que bem poderia ser seguido por tantos em nosso País, de músicos a escritores, de Ministros a médicos e políticos. Resistir ao ofuscamento que geram os holofotes é para poucos, tanto mais quando o cara é uma lenda. Parabéns ao Paul, para dizer o mínimo. Abraço, Lorenzo

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  3. Ahhh, sumi um pouquinho;(
    Coisas da vida, mas que bom estar passeando por aqui novamente; Xiii, será que é coisa de poeta não ser megaaa fã do Paul?!! rs,rs...
    Mas o cara é o máximo relamente, todos os meus amigos que prestigiaram o moço, ficaram encantados.
    Abraço para os três; Para o pai, o filho e para meu amigo poeta!

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  4. Caríssima Mara,

    é só motivo de alegria contar com a tua presença de poeta sensível, que faz uma poesia de grande invenção e apuro.

    Abraço.

    JF

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