sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cavalo-marinho

Jorge Adelar Finatto


Enquanto meu filho espera
no útero marinho da mãe
eu escrevo um poema
que ninguém lê
entre peixinhos e caravelas

invento uma alegria simples
um jeito novo de viver
e de querer bem

e vou até a janela
até a estrela mais próxima
onde algum homem há de existir
pra repartir comigo esta ternura
enquanto meu filho espera

________

Poema do livro Claridade, co-edição Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Editora Movimento, Porto Alegre, 1983.

Imagem: Hippocampus Kuda. Autor: Robbie Cada. Obra constituída pelo autor em domínio público. Fonte: Wikipédia.

O menino do poema, que na época esperava no útero materno entre peixinhos e caravelas, hoje completa 29 anos. Ao Lorenzo, pois, renovo estes velhos versos, com a mesma emoção daquele jovem pai  encantado pela chegada ao mundo do primeiro filho.

3 comentários:

  1. Uma sincera declaração de amor paterno.
    Este poema quase me fez ir às lágrimas.
    Parabéns para teu filho que, pelo que sinto, tem a mesma fibra e formação do pai.

    Abraço.

    Ricardo Mainieri

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  2. Amigo Ricardo,

    as tuas palavras nos deixam muito felizes,pela bondade e grandeza de quem elas vêm.

    Um abraço, ou melhor, dois.

    JF
    LF

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  3. E para a CF? Tem que ter um tão bonito quanto este, ora essa! ehe

    Um abraço, Adelar!

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