domingo, 11 de setembro de 2011

Eu ia tomar um bonde amarelo

Jorge Adelar Finatto


photo: Museu Virtual Memória Carris. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Imagem de José Luís Kieling Franco


Eu ia tomar um bonde amarelo
e dar um giro pela cidade
mas não existe mais o bonde amarelo
nem eu tenho dez anos

me engano ou essa cidade
mudou de endereço
se não, como explicar tanta gente
desconhecida nas ruas
e os amigos perdidos nas esquinas
do tempo do bonde?


_____________

Do livro Claridade, Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Editora Movimento, 1983.

2 comentários:

  1. Perdemos o bonde da história, Adelar. Os de nossa geração, muitos, viraram seres iguais aos que eles criticavam, nos idos dos anos setenta. A nova geração está "dominada", como diz o grupo de funk Bonde do Tigrão.
    Mas, resta a poesia para um momento de encontro com nossas lembranças mais caras.
    Como o bonde que ficou no museu de nossa memória.


    Abração.

    Ricardo Mainieri

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  2. Vamos aproveitar a primavera,que chega silenciosa entre os ruídos e descaminhos da cidade. Quem sabe encontramos o bonde da esperança e da fé nos dias que amanhecem na nova estação.

    Forte abraço, Ricardo.

    JF

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