quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Anelo de luz

Jorge Adelar Finatto

 
lua crescente entre galhos, Lisboa. photo: j.finatto


Um anelo de luz entre as folhas, um vislumbre de claridade. Uma passagem vista da terra, olhar de um calado observador. Fragmento lácteo do universo. Um lugar distante e particular como cantar para si mesmo.

E tu caminhas no frio, o bolso cheio de pétalas vermelhas, por um caminho coberto de folhas não escritas. Um vocabulário de buscas e silêncios.

Passageiro e passagem se  misturam. Caminham perto da estrela. Viagens são anelos guardados no fundo do coração. Quem precisa de avião, se já nascemos com asas?

Uma pergunta atravessa a ponte.  Uma trincheira no vazio.

5 comentários:

  1. Poesia espalhada pelo vento frio e pela paisagem de Lisboa. Ficou bonita esta tua prosa poética, assim como a foto. Viagens são como catalisadores de vivências profundas. Que podem se derramar sob a forma de poesia.

    Abs.

    Ricardo Mainieri

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  2. Meu caro poeta, os anelos da viagem ainda não foram todos esclarecidos.
    Mas a sua poesia é muito hermética e nos deixa ávidos de uma interpretação menos densa.
    Como diria outro poeta "O texto é implicito, depende da interpretação do leitor."
    Estou lendo várias vezes o texto poético.
    E sinto que a poesia do texto o está ajudando a aclimatar-se em Passo dos Ausentes e também a nós, seus leitores, a intepretar o retorno.

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  3. Caro amigo.

    "Os anelos da viagem não foram todos esclarecidos", você diz, com razão e sensibilidade. Fiquei a pensar na viagem de uma vida. É bom poder desvelá-los aos poucos (a esses anelos - anéis, ou sonhos -, que nos prendem à existência) e estender ao máximo a linha do tempo ao longo da teia do universo.
    Sou um privilegiado por contar com sua presença.
    E por esse diálogo.

    Um grande abraço.

    JF

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  4. Ricardo.

    A foto é de um entardecer em Lisboa, no bairro Campo de Ourique, onde o nosso Fernando Pessoa viveu os últimos 15 anos de vida.
    Não sei se já disse, mas reafirmo aqui: depois de Passo dos Ausentes, Lisboa é a melhor cidade do planeta. As outras são interessantes.

    Um grande abraço.

    JF

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  5. Concordo, Lisboa é uma cidade mágica.

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