sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O escândalo continua (ou uma orquestra de sopros e cores no jardim)

Jorge Adelar Finatto

photo: j.finatto

As flores perderam a noção do razoável e do pudor. É difícil olhar para o jardim e não corar (como um frade de pedra não pode fazer). Estava no escritório, na dura faina, olhando o mundo pela janela (a triste sina), quando comecei a ouvir instrumentos de sopro lá fora.

Caminhei até a breve varanda da clausura. Descobri, entre aromas, um conjunto floral em concerto, tocando seus instrumentos.



Desnecessário dizer que daí por diante perdi a concentração no que fazia. Passei o resto do dia esticado na cadeira de balanço com aquelas músicas, aquele perfume, aquelas finas cores.

photo: j.finatto


Alguma coisa está fora do controle. A beleza brutal e desumana dessas flores açula, em meio ao caos, os corações secos, abre as janelas do sentimento.

Não sei como essa insensatez vai acabar. Pra falar verdade, não estou muito preocupado. Afinal, dizem, não há mal que sempre dure.

photo: j.finatto


5 comentários:

  1. Caro Adelar,

    como é agradável ler o que escreves sobre flores. Faz a gente abrir um sorriso no rosto, causa aquele sentimento gostoso e leve que deveria permanecer para sempre. Suas palavras são uma terapia instantânea eheh

    Um abraço

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  2. Caro Anônimo.

    Muito obrigado por palavras tão gentis e generosas.

    É sempre bem-vindo.


    JF

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  3. Que profusão de cores!
    Jorge, as tuas fotos das flores são tão bem feitas que o leitor sente o perfume delas.

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  4. Estimado Atapoã.

    Agradeço de coração. Quem sabe um dia ainda não teremos aromas no computador? Tarefa para os nossos gênios.

    Grande abraço.

    Jorge

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