sábado, 21 de janeiro de 2012

O direito à solidão

Jorge Adelar Finatto

photo: j.finatto

Um banco vazio na estação.
Eu quero sentar naquele banco.
Um pássaro cantando na janela do trem.
Eu quero viajar.

Uma das coisas mais enlouquecedoras que conheço é não poder ficar só.

O homem é um ser gregário que necessita desesperadamente de solidão para se construir.

Precisamos ficar a sós com nossos pensamentos e sentimentos. Senão, perdemos a face.

O direito à solidão é uma das principais conquistas na vida de uma pessoa.

Poder ficar um pouco sozinho é tão essencial quanto conviver.

Estar no meio de gente é a melhor coisa, desde que seja uma escolha. Da mesma forma, permanecer isolado do mundo nos leva à desumanização.

Através da solidão traçamos o caminho para chegar ao outro. Conhecendo-nos melhor podemos conviver melhor.

O poder estar só, recolhidos com nossos botões, é uma questão de saúde mental e espiritual. Depois, vamos ao mundo.

Por falar nisso, vou agora ao Café da Ausência, na estação de trem abandonada de Passo dos Ausentes, a fim de encontrar os amigos para o costumeiro cappuccino com leve toque de graspa, no fim da tarde.