Eu sou o que me construo
entre um apocalipse e outro
uma aurora e outra
Sou como essas partículas
de luz
que se expandem no espaço
flutuam nas alturas solitárias
Traço o poema
entre um abismo e outro
uma alegria e outra
e avanço
apesar do nevoeiro
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Poema do livro O Fazedor de Auroras, Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1990.
Foto: J. Finatto