terça-feira, 3 de janeiro de 2017
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
Colher hibiscos
Jorge Finatto
photo: jfinatto 1º jan. 2017 |
NA TARDE do primeiro dia do ano, saí para colher hibiscos. Colher com os olhos, com a lente esperta da Coruja, ex-máquina fotográfica, quase um ser humano. Nada de arrancar flores para pôr no vaso. O olhar sensível é capaz de entendê-las em seu habitat, sem qualquer ideia de posse.
Porque os hibiscos habitam as ruas e praças de Porto Alegre. A sua linda corola é um presente para o coração. Um lenitivo (talvez só o pessoal nascido em meados do século passado saiba ainda o que é lenitivo. Muitos já esqueceram seu significado tamanha a dureza destes tempos). Consolo nesta cidade triste e desmantelada.
photo: jfinatto, 1º jan.2017 |
O porto-alegrense virou uma pessoa mal-educada, grosseira e agressiva. É o que se vê no trânsito, nas lojas, dentro dos ônibus, em toda parte. Se você não faz parte deste grupo, perdoe. Mas a média da população está assim, infelizmente. Por isso eu, quando estou por aqui, busco as praças onde ainda é possível encontrar um pouco da humanidade perdida deste outrora acolhedor burgo.
photo: jfinatto, 1º jan.2017 |
Mas eu quero falar dos hibiscos. Durante caminhada para equilibrar o esqueleto, no entardecer de 31 de dezembro, na Praça da Encol, percebi arbustos de hibiscos, alguns vermelhos, outros cor-de-rosa. Um brilho só. Voltei no dia primeiro para fotografá-los e guardá-los assim do esquecimento. Estão no auge do encanto. Façamos por merecer.
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hibiscos,
Porto Alegre,
praças,
ruas
sábado, 31 de dezembro de 2016
A luz do novo tempo
Jorge Finatto
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photo: Clara Finatto, Ipanema, Rio de Janeiro |
AS IMAGENS de Clara Finatto nos remetem a um momento de rara beleza e emoção neste último dia do ano. As fotos são da praia de Ipanema no Rio de Janeiro. As pessoas estão reunidas olhando o pôr do Sol. Ao fundo, à direita, o Morro Dois Irmãos.
Clara conta que os admiradores aplaudem quando o Sol se põe. O mesmo fazem quando ele nasce lá longe sobre o mar, na linha do horizonte.
O tempo leva tudo pela frente. Passa como o vento e não pede passagem. Atropela, arrasta a pobre criatura. Um ano não significa nada na vida de uma estrela, de uma montanha como Dois Irmãos. Mas na vida de um efêmero ser humano faz muita diferença. O que isso quer dizer? Que cada dia é um tesouro que não deve ser desperdiçado.
Olhando as imagens que a Clarinha colheu, percebo que a vida e o mundo são belos demais. Devemos agradecer sempre a oportunidade que nos foi dada.
Desejo a todos bons motivos para aplaudir o dia que se vai e o dia que nasce. Que cada um colha o que semeou em 2017. E que consigamos não levar tudo tão a sério. O riso é uma arma poderosa contra o desespero e o niilismo. Que possamos rir mais, apesar de tudo.
Que haja mais justiça na distribuição do pão, da alegria, do amor, do bem-estar, dos bens materiais. Que todos tenham tempo para viver. E possam refazer a semeadura, caso tenham errado a mão.
Que Deus nos dê saúde para enfrentar os dias difíceis, para aproveitar os de júbilo, para repensar nossas prioridades. Possamos enxergar, ouvir e tentar entender as razões do outro (quando mais não seja, porque somos o outro do outro).
Luz pra todos.
Clara conta que os admiradores aplaudem quando o Sol se põe. O mesmo fazem quando ele nasce lá longe sobre o mar, na linha do horizonte.
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photo: Clara Finatto. Morro Dois Irmãos, Rio de Janeiro |
O tempo leva tudo pela frente. Passa como o vento e não pede passagem. Atropela, arrasta a pobre criatura. Um ano não significa nada na vida de uma estrela, de uma montanha como Dois Irmãos. Mas na vida de um efêmero ser humano faz muita diferença. O que isso quer dizer? Que cada dia é um tesouro que não deve ser desperdiçado.
Olhando as imagens que a Clarinha colheu, percebo que a vida e o mundo são belos demais. Devemos agradecer sempre a oportunidade que nos foi dada.
Desejo a todos bons motivos para aplaudir o dia que se vai e o dia que nasce. Que cada um colha o que semeou em 2017. E que consigamos não levar tudo tão a sério. O riso é uma arma poderosa contra o desespero e o niilismo. Que possamos rir mais, apesar de tudo.
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photo: Clara Finatto, Ipanema, RJ |
Que haja mais justiça na distribuição do pão, da alegria, do amor, do bem-estar, dos bens materiais. Que todos tenham tempo para viver. E possam refazer a semeadura, caso tenham errado a mão.
Que Deus nos dê saúde para enfrentar os dias difíceis, para aproveitar os de júbilo, para repensar nossas prioridades. Possamos enxergar, ouvir e tentar entender as razões do outro (quando mais não seja, porque somos o outro do outro).
Luz pra todos.
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*Viaje alrededor del tiempo:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2014/12/viaje-alrededor-del-tiempo.html
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Veneza no Café do Porto
Jorge Finatto
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photo: jfinatto |
Exposição
fotográfica mostra a face pouco conhecida de Veneza, no Café do
Porto, a partir de 03 de janeiro
VENEZA é uma das cidades mais visitadas e fotografadas do
planeta. Uma cidade de espelhos, segredos e mistérios. Perambular sem
pressa e sem itinerário por seus tortuosos caminhos (as fondamenta, à
margem dos canais) é essencial para descobrir seu corpo cheio de cálidas surpresas.
A pé, numa gôndola
ou num vaporetto
(embarcação típica de Veneza, usada como meio de transporte pelos
canais, com motor a diesel, e não mais a vapor como antigamente), o passeio é sempre revelador.
Não
nos cansamos de admirar a arquitetura, as pontes, as paredes de tijolos à
vista, as janelas com flores, os telhados, as roupas secando ao vento, as
praças com pessoas de todos os lugares (talvez você dê sorte e encontre um
veneziano em meio à multidão...), os longos e estreitos corredores que se
perdem na bruma dos séculos.
Veneza se deixa visitar, olhar, fotografar. Mas não se iluda o visitante: poucos terão acesso a seus aposentos interiores, à sua alma. Estes lugares não são para olhos estrangeiros.
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photo: jfinatto |
Veneza se deixa visitar, olhar, fotografar. Mas não se iluda o visitante: poucos terão acesso a seus aposentos interiores, à sua alma. Estes lugares não são para olhos estrangeiros.
Recatada, a bela senhora nunca se deixa desvelar
por completo. É preciso saber tocá-la com a ponta dos dedos, delicadamente.
Como quem toca uma estrela muito frágil fadada a desaparecer (o aumento do
nível das águas e os processos geológicos locais, embora lentos, estão levando ao afundamento da cidade).
Nesta exposição, reuni imagens que buscam mostrar o lado pouco conhecido de Veneza, longe dos clichês e do corre-corre dos turistas. Gostaria de compartilhar com você essas impressões sobre a querida República Sereníssima. São 17 painéis que estarão à mostra no acolhedor Café do Porto, a partir do dia 03 de janeiro de 2017.
Nesta exposição, reuni imagens que buscam mostrar o lado pouco conhecido de Veneza, longe dos clichês e do corre-corre dos turistas. Gostaria de compartilhar com você essas impressões sobre a querida República Sereníssima. São 17 painéis que estarão à mostra no acolhedor Café do Porto, a partir do dia 03 de janeiro de 2017.
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photo: Jorge finatto |
Mostra fotográfica OLHAR SOBRE VENEZA
Autor: Jorge Finatto
Café do Porto, de 03 a 16 de janeiro, 2017
Rua Padre Chagas, 293, bairro Moinhos de Vento
Porto Alegre
Marcadores:
Café do Porto,
exposição Olhar sobre Veneza
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
Cemitérios nos caminhos da Serra
Jorge Finatto
photo: jfinatto |
UMA COISA que chama atenção nos cemitérios da região serrana do Rio Grande do Sul é que estão sempre enfeitados com flores. O vivo colorido torna-os menos tristes nas beiras de estrada. Às vezes, estão localizados no núcleo das cidadezinhas, misturados ao casario.
Vida e morte lado a lado, sem ataques de nervos.
São espaços que nada têm de fantasmagóricos. Última morada coisa nenhuma: lugar de passagem, transição para outra esfera.
Os pequenos territórios de ausência têm muros de pedra baixos e portões de ferro com trepadeiras enlaçadas. As sepulturas são rentes ao chão, algumas cobertas de heras; outras com vasos floridos. E há aquelas que possuem flores plantadas em volta.
Na Serra até a morte parece fazer parte da vida. Os mortos têm direito a flores o ano inteiro e ocupam um lugar cálido na memória dos que ficam.
sábado, 24 de dezembro de 2016
As mãos estendidas de Deus
Jorge Finatto
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Criação de Adão. Miguel Ângelo. Capela Sistina. photo: Wikipédia |
AOS LEITORES do blog, onde estiverem, desejo um Natal com saúde, amor no coração, paz de espírito, esperanças no peito, humildade, comunhão.
Que Deus estenda a mão, ou um dedo que seja, em nossa direção, e que, ao acolher esse gesto, sintamos que existe algo muito anterior e muito além das nossas vãs filosofias.
Celebremos o Menino Jesus, as mãos estendida de Deus. Vale o mesmo pra você que é ateu (quem não é, às vezes, em meio à esculhambação em que está o planeta!) Vamos com fé. Tudo de bom a todos.
Que Deus estenda a mão, ou um dedo que seja, em nossa direção, e que, ao acolher esse gesto, sintamos que existe algo muito anterior e muito além das nossas vãs filosofias.
Celebremos o Menino Jesus, as mãos estendida de Deus. Vale o mesmo pra você que é ateu (quem não é, às vezes, em meio à esculhambação em que está o planeta!) Vamos com fé. Tudo de bom a todos.
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