Jorge Finatto
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Na minha visão um tanto pessimista, o Papa Francisco não melhorou o mundo. Talvez não seja justo esperar de alguém tal proeza (mesmo que seja o Papa e que esse Papa seja Francisco). A Igreja Católica é uma organização altamente complexa e problemática, ao contrário dos Evangelhos que são, na essência, bastante simples.
Francisco transmitiu humildade, coragem, senso de humor, empatia, alegria de viver mesmo diante das dores do mundo. Era argentino, descendente de imigrantes italianos.
Uma vez o repórter Gerson Camarotti (Globo News) perguntou-lhe como via a rivalidade entre Brasil e Argentina. Ele respondeu mais ou menos assim: as coisas estão equilibradas; afinal o Papa é argentino, mas Deus é brasileiro...
Uma publicação esportiva indagou-lhe quem era melhor: Maradona ou Messi. Respondeu: Pelé. Era torcedor de carteirinha do San Lorenzo.
Um Papa diferente, porque era um ser humano diferente. Avesso à pompa inerente ao cargo pontifício, que, de resto, não tem a ver com as origens do Cristianismo.
Gostava das pessoas, gostava de viver com as pessoas, desprezava grandes aparatos de segurança. Amava o ofício de viver. Seu testemunho fez dele mais do que um Papa: um amigo de todos na caminhada pela vida.
Se houver lucidez a quem incumbe escolher o novo Papa, o legado de Francisco não poderá ser ignorado.