O Choro é considerado a música erudita brasileira. É um gênero urbano, com origens no Rio de Janeiro da década de 1870, que se alastrou para outros lugares do Brasil, ampliou suas possibilidades.
Expandiu-se num universo harmônico e melódico de rara sofisticação e inventividade. É cultuado por admiradores fiéis em lugares tão distantes do Brasil como o Japão*.
A execução do Choro se dá em conjuntos formados com bandolim, violões de seis e sete cordas, pandeiro, cavaquinho e instrumentos de sopro como a flauta, entre outros.
Escutei nessa semana o disco Choros e Canções do virtuose da flauta e compositor Plauto Cruz, nascido em São Jerônimo, Rio Grande do Sul, em 15 de novembro de 1929. Fiquei encantado com o trabalho. Nunca antes havia me detido a ouvi-lo com a devida atenção.
Num país que valorizasse seus talentos, Plauto Cruz estaria tocando para o povo com apoio governamental, num grupo musical popular, num conjunto de câmara ou numa orquestra. Apresentaria por todo o país suas composições altamente elaboradas, dignas de figurar em qualquer sala de concertos.
O Brasil e o mundo não sabem o quanto perdem por não conhecer melhor este instrumentista e compositor. Canções como Choro para o Aguinaldo, Doce ternura, Beatriz e Choro para Ana são belas e universais. Algumas em estilo tradicional, outras com uma levada de jazz, todas primorosas
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*Naomi Kumamoto:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2011/07/naomi-kumamoto.html