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sexta-feira, 11 de maio de 2018

Você está na Bahia, meu rei. Seja feliz

Jorge Finatto
 
foto: jfinatto

 
dedico a Jaya, Ed, Evana, Júlia, Marcos e toda equipe do Hotel Maitei; a Iago, que conheci no Café da Santa, e a Moisés, à beira-mar na Praia do Mucugê. Todos em Arraial da Ajuda

Alguns dias na BAHIA e sinto que o espírito da boa terra me contamina. Que espírito é esse? A baianidade. Certa capacidade de contemplar a vida, descomplicá-la e vivê-la ao mesmo tempo.
 
A sonhada harmonia entre o pensar, o sentir e o agir. Um filosofar diante do mar. Bebendo água de coco ao amparo de guarda-sol, palmeiras e amendoeiras. Ou num quintal à sombra de lindas folhas de bananeira.
 
Nos semblantes e no jeito baiano de falar - calmo, bem humorado, atencioso e espirituoso - a mensagem é:
 
- Você está na Bahia, meu rei. Seja feliz!
 
Se as coisas não são bem da maneira que se queria ou imaginava, a gente vai sendo feliz com o que tem, do jeito que dá. O mais deixa pra lá. A Bahia tem razão e nos faz bem.
 
foto: jfinatto
 
Aqui em Porto Seguro, onde Cabral chegou com suas caravelas pra desgraça dos povos nativos, o cara até pode ser infeliz, mas tem que se esforçar pra isso. Se se permitir tocar pelos ares locais, encontrará alegria no simples - e milagroso - respirar.

Vista Hotel Maitei. foto: jfinatto
  
A verdadeira mais-valia dessa vida é a gentileza, a cordialidade. A pequena felicidade das coisas simples. E os baianos parecem saber disso ao nos tratarem bem.

Hotel Maitei. foto: jfinatto

De ninguém a vida é fácil. Há que viver - não obstante e apesar de tudo.

A Bahia dá um colo aos corações aflitos e desencantados. E nos mostra que a vida é muito maior do que supõe qualquer vã filosofia.
 
foto: jfinatto

quarta-feira, 8 de março de 2017

Saudade da Terra Brasilis

Jorge Finatto

índios em Porto Seguro. photo: jfinatto

DIZEM QUE quando Cabral chegou nestas terras, em 22 de abril de 1500, o lugar era um paraíso. E decerto era. Como não seria? Ainda hoje percebem-se, em Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e arredores, vivos sinais de natureza (fauna e flora) e a resiliente presença do homem autóctone, o índio (atualmente o Pataxó), que vão resistindo, a duras penas, à multissecular invasão de seu território.

Nesta região, os treze navios da esquadra cabralina aportaram depois de Cabral avistar e dar nome ao Monte Pascoal (a cerca de 62 km ao sul de Porto Seguro). A Carta de Pero Vaz de Caminha, dando notícia do "descobrimento" a El Rey Dom Manuel, é um documento precioso do ponto de vista histórico e literário. Nela está presente a visão eurocêntrica do Novo Mundo. É o início da colonização e dos graves equívocos que começariam logo em seguida.

A palavra descoberta encoberta, no mínimo, um imenso eufemismo: já havia seres humanos habitando o lugar, povos indígenas com sua rica cultura e um modus vivendi em profunda integração e equilíbrio com a natureza.

Os navegadores portugueses encontraram um continente já povoado (com imensas áreas ainda por ocupar) e harmonioso (a Terra Brasilis, antes da chegada do europeu), até então livre de doenças terríveis trazidas do Velho Continente e da tentativa de dominação pela religião e pela força bruta. (Em Santa Cruz Cabrália foi rezada a primeira missa, em 26 de abril de 1500).

As cidades aqui do sul da Bahia são velhas como o Brasil e, como ele, muito jovens. Afinal, o que são 517 anos de história para uma nação ainda em formação?

Igreja N.S. da Conceição, Santa Cruz Cabrália, Bahia. photo: jfinatto
 
De qualquer modo, é tempo suficiente para praticamente exterminarem os povos indígenas, os habitantes originais, com quem temos tanto a aprender. A natureza, com este mar incrível e seus rios, persevera nos campos, florestas e sertões, mas não se sabe até quando. Um triste exemplo é o modo de ocupação e devastação da Amazônia. Uma ocasião sobrevoei a floresta e fiquei impactado com a fumaça das queimadas que vinha lá de baixo numa enorme extensão. 

A Terra Brasilis nunca mais seria a mesma depois de 1500. Mas é preciso ser claro: nos últimos 200 anos a destruição da natureza e a falta de perspectivas para os índios e o restante da população são obra autoral de brasileiros. Em conluio com forças do atraso e da corrupção dentro e fora da Terra de Vera Cruz.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Porto Seguro

Jorge Finatto

Você já foi à Bahia, nega? Não? Então vá!
Dorival Caymmi
 
De passagem por Porto Seguro, sul da Bahia, colhi estas imagens. Elas comprovam que Caymmi tem razão, é preciso conhecer e viver a Bahia.
 
fotos: jfinatto