No mês de outubro passado, no texto Um bosque no amanhecer*, falei da importância da Biblioteca Pública do Estado na vida de muitas pessoas e na minha em particular. De passagem, relembrei, também, um recital inesquecível do ator Walmor Chagas (1930-2013) apresentado naquela biblioteca, no início dos anos 1980, se estou bem lembrado.
Nunca esqueci aquela apresentação. A beleza da palavra escrita, quando ouvida da boca de Walmor Chagas, era inefável.
Infelizmente, o ator foi encontrado morto com um tiro na cabeça, na última sexta-feira, dia 18, na casa de seu sítio no interior da cidade paulista de Guaratinguetá. O corpo foi cremado no sábado. Os dados levantados pela polícia, até o momento, levam a crer em suicídio, segundo informou a imprensa.
Nascido em Porto Alegre, Walmor Chagas tinha um carreira longa e rica, tendo feito novelas e séries para televisão, além de cinema e teatro. Era, essencialmente, homem de teatro e cinema.
Nunca esqueci aquela apresentação. A beleza da palavra escrita, quando ouvida da boca de Walmor Chagas, era inefável.
Pouca gente sabia dizer um texto como ele, especialmente poesia. O recital Partilha (título de um poema do poeta e escritor porto-alegrense Paulo Hecker Filho, amigo do ator e autor do roteiro), que ele apresentou no Salão Mourisco da Biblioteca Pública, foi um grande momento.
Quem não tinha intimidade com a literatura, ao ouvi-lo, passava a se interessar e ir atrás de textos e autores. Não sei se gravaram o recital em vídeo, tomara que sim.
Walmor Chagas tinha o dom de dar vida ao texto literário, na sua maneira de dizer, bem viva, bem sentida, sem excessos, sem faltas.
Quem não tinha intimidade com a literatura, ao ouvi-lo, passava a se interessar e ir atrás de textos e autores. Não sei se gravaram o recital em vídeo, tomara que sim.
Walmor Chagas tinha o dom de dar vida ao texto literário, na sua maneira de dizer, bem viva, bem sentida, sem excessos, sem faltas.
Nascido em Porto Alegre, Walmor Chagas tinha um carreira longa e rica, tendo feito novelas e séries para televisão, além de cinema e teatro. Era, essencialmente, homem de teatro e cinema.
Depois de assistir Partilha, fiquei imaginando o quanto teria sido bom se o Ministério da Cultura ou outro órgão, até mesmo algum particular, patrocinasse não só peças de teatro como recitais de Walmor Chagas para percorrer o Brasil, levando literatura e despertando leitores com sua voz, sua elegância e sua interpretação de mestre. Além disso, esses programas poderiam ser gravados para televisão.
Perdemos Walmor Chagas. Já não será possível vê-lo nem ouvi-lo. O seu talento poderia ter sido melhor aproveitado. Com sua morte, lá se vai não apenas um grande ator, como também grandes oportunidades perdidas.
______________
*Um bosque no amanhecer:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/10/um-bosque-no-amanhecer.html
______________
*Um bosque no amanhecer:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/10/um-bosque-no-amanhecer.html