O que tenho de meu neste mundo, aquilo que ninguém pode tirar, o que a mim se afeiçoou através dos séculos como um peixe se apega ao rochedo que o abriga, o que trago inscrito, marca invisível, no fundo da alma, que nenhum vento, tempestade, raio, fogo ou soco pode destruir, o que tenho de meu na vida repousa, em silêncio, entre perfumados lírios no alforje da ausência, tive por breve tempo, um dia, e depois se perdeu como se perdem, em abril, as folhas do outono.
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Foto: J. Finatto.