segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Que os raios não nos partam

Jorge Adelar Finatto

Imagem: site da Secretaria Nacional de Defesa Civil:
http://www.defesacivil.gov.br/desastres/recomendacoes/raio.asp
  
 
Entre os dias 7 e 9 de outubro caíram cerca de 500 mil raios no Rio Grande do Sul, conforme dados divulgados pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.* 
 
O Estado ocupa o primeiro lugar em descargas elétricas  por quilômetro quadrado no país. Isto mostra aos pessimistas que pelo menos neste tema alcançamos uma posição de destaque, não havendo razão para tanto negativismo de sua parte.
 
Trovões, chuvaradas e relâmpagos tomaram conta dos ares nas últimas duas semanas. Haja coração pra suportar tanto clarão e tanta explosão vindos dos confins dos céus. O negócio acontece de dia e de noite.

Só peço a Deus que os raios não nos partam, que passem bem longe de nossos frágeis corpos e côncavos telhados.
 
Na quinta da semana passada, estava tomando uma taça de café com leite com pão e manteiga, ao mesmo tempo em que tentava ler um livro no Café da Ausência, quando um enorme estrondo estremeceu tudo, até a mesa. O coração disparou.

Fiquei em dúvida se seria o início de uma guerra ou  de um terremoto. Felizmente, nem uma coisa nem outra. Era só um entre os 500 mil raios.
 
O tempo anda com os nervos à flor da pele.
 
Dizem os calendários que a primavera já começou neste lado do mundo. Mas não existem evidências de que isto de fato aconteceu. Na realidade, a primavera ainda não desembarcou entre nós. Resta nesta hora esconder-se dos trovões debaixo das cobertas, como na infância, e rezar.
 
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