Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
Em Montevidéu, até os grafites têm espírito. As inscrições públicas nas ruas montevideanas não perdoam a superficialidade. Uma vez lidas, não deixam o caminhante em paz.
Pressentindo que seria um absurdo virar simplesmente as costas e ir embora, resolvi fotografar e trazer comigo a inquietante frase.
Hay vida antes de la muerte?
Hay vida antes de la muerte?
Não bastassem as perplexidades e angústias de cada dia, acrescentei agora mais esta ao meu baú de assombros.
Afinal, haverá mesmo vida antes da morte ou seremos apenas tristes fantoches com a boca de pano rasgada e olhos opacos, às voltas com o anonimato, o desamparo, a solidão?
O que sei é que há dias em que me sinto muito vivo. Parece que a morte ainda não foi inventada. Em outros, contudo, viver não vale um caco colorido de vaso quebrado.
Hay vida antes de la muerte? Si, pero...
Afinal, haverá mesmo vida antes da morte ou seremos apenas tristes fantoches com a boca de pano rasgada e olhos opacos, às voltas com o anonimato, o desamparo, a solidão?
O que sei é que há dias em que me sinto muito vivo. Parece que a morte ainda não foi inventada. Em outros, contudo, viver não vale um caco colorido de vaso quebrado.
Hay vida antes de la muerte? Si, pero...
_________________
Texto publicado em 14 de junho, 2011.