sexta-feira, 30 de abril de 2010

Poética

Jorge Adelar Finatto


Ninguém lê meus poemas
sequer a família
com meus versos se amola

os outros têm afazeres diversos
toda hora

recebo o poema
como um ser
que apareceu
na minha porta
nesse dia

eu escrevo para uma sala vazia

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Do livro O Fazedor de Auroras, Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1990.

Foto: J. Finatto. Colonia del Sacramento, Uruguai.