segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Tarde de primavera, a luz, os peixes

Jorge Adelar Finatto

photo: j.finatto
 
 
Contarei esta estória suspirando,
Daqui a séculos e séculos em algum outro lugar:
Duas estradas, num bosque, divergiam; e eu
Tomei a que era menos frequentada;
E foi isso a razão de toda a diferença!
                                                             Robert Frost*

O sábado estava com sol amarelo e céu azul, as estradas de chão batido querendo ser caminhadas. Andarilho do fim do mundo, parti na caminhada polifônica** em meio às árvores, perto do riacho. Me misturei na paisagem, longe da cidade, longe dos gritos da realidade.

Foi quando, na beira do córrego, encontrei esses peixes entre pedras e aguapés, numa luz de primavera.
 
A arte da fotografia é uma forma de fazer cessar o tempo. Um modo calado e atento de preservar o momento e adiar o oblívio.

photo: j.finatto

A foto é, de fato, um território revelado que se bate contra a morte.
 
Sou fotógrafo amador e trago comigo o entusiasmo dos velhos fotógrafos em missão de desvelar o oculto que súbito se ilumina.

photo: j.finatto
 
Na linguagem dos peixes, pedi licença e colhi algumas imagens. Valeu a pena. A tarde de sábado foi salva do esquecimento com  esses coloridos habitantes.

photo: j.finatto

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*Poema A estrada que não tomei, do livro Poemas Escolhidos do poeta americano Robert Frost (1874 - 1963). Tradução de Marisa Murray. Editora Lidador Ltda., Rio de Janeiro, 1969.
 ** A caminhada polifônica:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/08/o-peixe-da-boca-vermelha.html