Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
As hortênsias resolveram embelezar o mundo. Era só o que faltava.
Em meio a tanta desilusão, tanta feiura das almas, tanta gente má e casca grossa, vêm agora as hortênsias e decidem distribuir beleza e graça.
Um negócio muito estranho.
Um negócio muito estranho.
photo: j.finatto |
Um verdadeiro absurdo aqui em Passo dos Ausentes.
Quando achava que não tinha mais jeito, quando nada mais esperava diante do triste espetáculo humano, as hortênsias surgem em silêncio, espargindo cor e delicadeza sobre cinzas.
Tanta beleza é mesmo uma violência contra os cidadãos. É o fim dos tempos.
Devia ser aberto um processo contra as hortênsias por tamanho escândalo, verdadeiro atentado ao pudor. Mas ninguém faz nada.
Nem maldizer a vida em paz a gente pode agora.
Nem maldizer a vida em paz a gente pode agora.
photo: j.finatto |
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O título podia ser A sagração da primavera, uma feliz recordação da música de Igor Stravinsky, diante da estação que se aproxima.
Texto postado em 12/12/2011.