Jorge Adelar Finatto
O sol mostra a cara entre as nuvens.
A pintura impressionista revela o traço leve, ligeiro, transparente.
Caminho ao redor do lago nesse dia de outono. Um momento de raro encontro.
As cores passam um sentimento de intimidade e delicadeza.
Não existe nada melhor do que esquecer os compromissos e andar na tarde de maio.
No outono, mais do que em outras estações, sentimos a transitoriedade das coisas.
É um ritual de despojamento e recolhimento de seivas. A natureza guarda energia para os dias difíceis que virão. Um caminho de sombras a percorrer, uma passagem de frio e névoa.
Nunca a transformação fica tão clara.
Já não somos os mesmos que antes caminhavam ao redor do lago. O reflexo na água é de alguém que mudou.
A vida não pode ser levada tão a ferro.
É o que o outono nos ensina. Não vale a pena. Um pouco de leveza numa tarde de maio é o mínimo que devemos nos conceder.
Um pouco de distanciamento dos fantasmas.
Já não somos os mesmos que antes caminhavam ao redor do lago. O reflexo na água é de alguém que mudou.
A vida não pode ser levada tão a ferro.
É o que o outono nos ensina. Não vale a pena. Um pouco de leveza numa tarde de maio é o mínimo que devemos nos conceder.
Um pouco de distanciamento dos fantasmas.
Vamos entre as árvores, o silêncio, as cores.
Somos uma imagem dentro do lago, depois se apaga.
Tudo muda, tudo passa. Só ficará desse instante o leve traço do esforçado pintor.
Uma fotografia, um quadro, um poema, um rumor de folhas no vento.
Somos uma imagem dentro do lago, depois se apaga.
Tudo muda, tudo passa. Só ficará desse instante o leve traço do esforçado pintor.
Uma fotografia, um quadro, um poema, um rumor de folhas no vento.
Coração batendo na beira do lago.
photo: j.finatto |
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photos: imagens de São Francisco de Paula, serra do Rio Grande do Sul.