terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A inesperada bromélia

Jorge Adelar Finatto


photo: j.finatto
 

Conheci uma bromélia que me fez sonhar. Nos encontramos por acaso na floricultura. Estava de passagem, fazendo um descanso em meio à viagem de Porto Alegre a Passo dos Ausentes.

Não tinha idéia de levar uma planta comigo. Queria só animar o coração entre as cores e aromas do ambiente floral.

Quando a vi no vaso cor de alumínio, na estante em minha frente, fiquei encantado.

Tenho no quintal de casa muitas bromélias. Em geral são plantas bonitas e algo ásperas. É uma beleza serena, sem ostentação de vaidade.

A bromélia estava lá diante de mim, com uma delicadeza de forma e uma cor rosa como poucas vezes vi. Carregava no corpo duas flores lilases. Olhei-a durante um certo tempo, apreciando a harmonia estética que dela emanava.

Percebi que não poderia seguir viagem sem a bromélia. Ficaria me torturando depois.

Não é sempre que a maravilha acontece na vida da gente. Quando isso ocorre, não devemos aprisioná-la de modo egoísta, mas é justo querer mantê-la por perto o tempo que for possível.

A pequena bromélia está agora comigo no escritório. Estamos felizes porque estamos vivos e juntos, nessa reunião silenciosa e delicada de livros e plantas.