segunda-feira, 20 de junho de 2016

Caderno de inéditos de Van Gogh

Jorge Finatto

A casa amarela (Arles), Van Gogh, Museu Van Gogh, Amsterdam

A grande notícia da última semana foi a descoberta de um caderno com desenhos inéditos do pintor holandês Vincent Van Gogh (1853 - 1890). O anúncio foi feito há poucos dias pela editora francesa Éditions du Seuil.
 
Encontrado recentemente, a editora não precisou o número de desenhos existente no carnet. Assegurou, no entanto, que sua autenticidade foi verificada por especialistas.

O  conteúdo será publicado em novembro, em vários países, com o título de Vincent Van Gogh, Le brouillard d’Arles, carnet retrouvé (Vincent Van Gogh, A névoa de Arles, caderno reencontrado).
 
Bernard Comment, responsável pela publicação, asseverou que ninguém, além do proprietário, da editora e dele próprio, tinha conhecimento da existência desse material. "É espantoso, fulgurante", declarou à AFP.
 
Morto na miséria aos 37 anos, em Auvers-sur-Oise (França), em 1890, Van Gogh é um dos pintores mais importantes de todos os tempos.  Portrait du Dr. Gachet (1890) atingiu 82,5 milhões de dólares num leilão da Christie’s de Nova Iorque em 1990; em maio do ano passado, L’Allée des Alyscamps foi adquirida por 66 milhões de dólares num outro leilão.

Van Gogh criou uma obra original e maravilhosa, oposto de sua existência repleta de crises psíquicas, afetivas e materiais. A solidão foi o pano de fundo da vida deste artista genial e incompreendido, que legou à humanidade um patrimônio espiritual sem igual na história da pintura.

Sabe-se lá as maravilhas que haverá neste caderno, não só em desenhos como em anotações. Van Gogh escrevia com raro talento e profundidade, conforme se vê de suas numerosas cartas ao irmão Theo.

Para os que amam sua pintura e admiram o ser humano que foi, como eu, a descoberta do caderno tem valor inestimável e é motivo de grande emoção.

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Post com base em informação publicada pelo jornal Público de Portugal: