sexta-feira, 4 de março de 2011

O olhar do observador

Jorge Adelar Finatto


No tempo antigo o pessoal tinha mania de botar roupa nova pra tirar retrato. Era um costume. Talvez porque posar para fazer fotografia era um acontecimento especial, então tinha que caprichar.

A arte fotográfica popularizou-se, hoje qualquer pessoa pode sair por aí fazendo suas fotos. O custo razoável das câmaras digitais permite isso. Eu sempre estive perto da máquina fotográfica.


Fotografar é uma coisa que faço com grande prazer. Faz parte da vã tentativa de parar o tempo e aprisionar o transitório. A arte é uma busca de eternidade. Isso de que somos carentes. A brevidade da vida é  algo assustador e não está de acordo com nossa ânsia de permanência, perceptível em quase tudo que fazemos.

Nesta luta entre o mar e o rochedo, cada um faz o que pode. Eu me defendo convivendo, lendo, escrevendo, tirando fotos. São formas de partilhar a vida.

Não existem duas fotografias iguais. Cada uma é única. Podemos fotografar mil vezes o mesmo objeto e o resultado será sempre diferente. A luz, a sombra, o vento, a poeira, a intensidade do movimento da mão, a corrente sanguínea, tudo se altera e nada se repete.


As imagens deste post fazem parte da exposição Retratos do Laje, que estou fazendo no Hotel Laje de Pedra, em Canela.

Como qualquer outra forma de arte, a fotografia só se realiza e se completa no olhar e no sentimento do observador.


Um abraço, bom fim de semana e boas fotografias.
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Fotos: J. Finatto