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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Coruja: esperança de reencontro

Jorge Adelar Finatto
 
fachada de casa, Tomar. foto-celular, jfinatto
 
O destino colocou a pedra no caminho: precisei perder a Coruja - ex-máquina, quase um ser humano - pra ver o quanto dói uma saudade. Recusei-me a comprar outra durante a viagem, embora recebesse orientação dos filhos, no Brasil, para que assim fizesse.
 
O fato é que decidi fotografar com o celular, coisa que nunca havia feito. Estou aprendendo. Não é a mesma coisa. É difícil se adaptar à nova maneira. Mas estamos na luta. Há gente que faz tudo com o celular. Não é o meu caso.
 
As fotografias são muito diferentes. O meu celular é bastante simples, já fez mais de quatro aniversários, não se pode comparar com o que existe por aí. Mas o despertador funciona e uma vez por semana recebo uma chamada, em geral do telemarketing...
 
Acho que melhorei um pouco, comparando com as primeiras fotos. Na véspera de retornar à Suíça, talvez reencontre lá a Coruja. Recebi um e-mail dos Caminhos de Ferro dando conta de que a encontraram (contei aqui como a perdi no trem, em Berna). 
 
Será mesmo? Haverá precisão suíça na informação? Terei de volta a velha amiga? Andaremos outra vez juntos, catando coisas no ar, em caminhadas pelos Campos de Cima do Esquecimento? Saberei em breve.
 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A Coruja caiu do ninho

Jorge Finatto

uma das últimas fotos com a Coruja, em Jungfraujoch
 

Raro leitor, uma nota melancólica. Perdi a Coruja, ex-máquina fotográfica, quase um ser humano. Foi dentro do trem, na estação de Berna, cidade onde o linguarudo Albert Einstein formulou a Teoria da Relatividade, e onde existe hoje o seu museu. Me dei conta um tempo depois, já no caminho para Zurique.
 
Companheira de muitos anos, muitas histórias e viagens, perdi a graça e continuo meio perdido, embora saiba que a vida é feita também de perdas. No caso, um objeto material, mas cheio de prosopopeias e significados. Ela era uma extensão do meu olhar e do meu sentimento. Não sei se o serviço de trens da Suíça encontrará e me devolverá a Coruja.
 
Ela deve estar profundamente desapontada comigo, e eu também estou. Sabe-se lá onde está, com quem está agora (como na letra de Chove lá Fora, do grande Tito Madi).
 
Se for pra ficar na Suíça, que seja ao menos com uma boa pessoa, é o que espero. Neste momento, não ouso sequer cogitar trocá-la por outra.
 
Faz frio e sinto saudade, olhando a neve da mansarda. A esperança continua.

uma das últimas fotos com a Coruja