Jorge Finatto
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Eu passei a juventude em meio à ditadura militar (1964-1985). Trabalhava duro de dia, estudava à noite. Filho de família pobre, lutei muitos anos para conseguir alguma coisa na vida, como a maior parte das pessoas. O mais difícil, além de viver num país profundamente desigual, foi viver num clima de medo, acuado por um sistema opressivo que não admitia contestação nem protestos.
Ao impor pensamento único, vedar liberdades democráticas, cercear direitos políticos, suprimir habeas corpus, censurar a imprensa e a arte, as ditaduras remetem a existência geral ao calabouço existencial.
Não tenho nem nunca tive partido político, embora entenda sua importância. Voto em candidatos que têm compromisso com a democracia e a liberdade e que lutam pela distribuição de renda, pelo ensino público, pelo SUS, pela ciência, pela causa antirracista, pelo meio ambiente, contra a fome, a corrupção e o preconceito.
Não me apaixono pelo fanatismo de lado nenhum e estou sempre disposto a rever minhas posições (poucas, aliás) em termos de política. Respeito as ideias políticas dos outros, desde que não tentem me aprisionar em camisa de força ideológica assentada na mentira e na força bruta.
Detestaria viver sob um regime de força novamente. Quero que todos - principalmente os mais jovens - tenham direito a um presente e um futuro sem medo, mordaças, ameaças, violências, mortes.
Os defensores do estado democrático de direito, da democracia plena com eleições livres, Justiça Eleitoral atuante e urnas eletrônicas, eles devem ser ouvidos e acompanhados em sua luta, sem outras armas além da força moral das ideias, das palavras, do direito à vida e à livre expressão do pensamento e do sentimento.