Jorge Finatto
E POR FALAR em fantasmas, a coleção deles não para de aumentar. Alguns já partiram há muito tempo (o tempo humano é farelo, ele sabe). Outros ainda estão por aqui mas não foram mais vistos.
Os habitantes do oblívio. Ele mesmo é um tipo de fantasma. Um que caminha entre luz e sombra, dia e noite, preto e branco, visível e invisível.
Os habitantes do oblívio. Ele mesmo é um tipo de fantasma. Um que caminha entre luz e sombra, dia e noite, preto e branco, visível e invisível.
As ruas são as mesmas mas os antigos moradores viajaram a outros planetas. Ele ficou olhando o fim de tarde desenhado numa aquarela.
Abril chegou com seu discreto frio, seus silêncios, suas quaresmeiras em flor.
Abril chegou com seu discreto frio, seus silêncios, suas quaresmeiras em flor.
Esta vida é uma aquarela. No início as cores e formas são vívidas e transparentes. Depois vão se apagando como um entardecer.
A beleza habita a casa do efêmero, ele pensa.
E ousa sentir.
E ousa sentir.