O pequeno circo Il sorriso della vita passa por momentos difíceis. Motivo: o palhaço Gilles resolveu abandonar a companhia. 2º Motivo: foi atrás da mulher que o abandonou, a trapezista Lara.
Don Sigofredo de Alcantis noticiou o fato na semana passada, durante reunião da Sociedade Literária, Filosófica, Histórica, Geográfica, Artística, Astronômica, Geológica e Antropofágica de Passo dos Ausentes. Todos ficaram surpresos e abalados com a notícia. A aldeia não será a mesma sem o circo mambembe de lona vermelha, que se aquerenciou por aqui faz cinco anos. As crianças, os velhos, todo mundo ia lá para ver as momices de Gilles, os saltos e a graça de Lara.
A assembleia deliberou enviar pombos-correio às três cidades mais próximas (São Francisco de Paula, Canela e Gramado), solicitando que procurem o palhaço e a trapezista nas ruas, praças e telhados. Se alguém os encontrar, peça que voltem logo a Passo dos Ausentes.
A estrada de chão que nos liga ao resto do mundo está intransitável depois das últimas chuvas de julho. Ninguém pode descer a serra, serpenteando pelas encostas das montanhas do Contraforte dos Capuchinhos, pena de cair em algum dos inúmeros abismos.
Gilles é um palhaço triste. Levou a tristeza para dentro do casamento, deixou a alegria no picadeiro. Lara é leve como o vento e quer alegria na vida. Quer um homem que saiba rir. Como era Gilles quando o conheceu. A tristeza sem nome que ele trouxe da infância tomou conta de seu coração de menino que não cresceu. Tornou-se calado e distante. Lara quer o Gilles que conheceu outrora de volta. Ele não vem. Ela vai embora. O mundo do palhaço desaba. Ele parte à procura da mulher. O circo desce a lona.
Don Sigofredo de Alcantis noticiou o fato na semana passada, durante reunião da Sociedade Literária, Filosófica, Histórica, Geográfica, Artística, Astronômica, Geológica e Antropofágica de Passo dos Ausentes. Todos ficaram surpresos e abalados com a notícia. A aldeia não será a mesma sem o circo mambembe de lona vermelha, que se aquerenciou por aqui faz cinco anos. As crianças, os velhos, todo mundo ia lá para ver as momices de Gilles, os saltos e a graça de Lara.
A assembleia deliberou enviar pombos-correio às três cidades mais próximas (São Francisco de Paula, Canela e Gramado), solicitando que procurem o palhaço e a trapezista nas ruas, praças e telhados. Se alguém os encontrar, peça que voltem logo a Passo dos Ausentes.
A estrada de chão que nos liga ao resto do mundo está intransitável depois das últimas chuvas de julho. Ninguém pode descer a serra, serpenteando pelas encostas das montanhas do Contraforte dos Capuchinhos, pena de cair em algum dos inúmeros abismos.
Gilles é um palhaço triste. Levou a tristeza para dentro do casamento, deixou a alegria no picadeiro. Lara é leve como o vento e quer alegria na vida. Quer um homem que saiba rir. Como era Gilles quando o conheceu. A tristeza sem nome que ele trouxe da infância tomou conta de seu coração de menino que não cresceu. Tornou-se calado e distante. Lara quer o Gilles que conheceu outrora de volta. Ele não vem. Ela vai embora. O mundo do palhaço desaba. Ele parte à procura da mulher. O circo desce a lona.
Como um abandono leva a outro, a maior atração cultural da nossa aldeia está à beira de nos abandonar. O que será uma tristeza nesse cenário de frio, neblina e ausência.
Volta, Gilles! Volta, Lara! Tragam outra vez o sorriso da vida para nossas vidas!