A observação das aves e das nuvens é uma das atividades que mais me cativam. Nesse sábado, raro leitor, vamos falar sobre eles, os pássaros.
Todos os dias eles vêm à sacada do escritório comer as frutas que lhes sirvo. Às vezes reúnem-se vários ao mesmo tempo nos galhos das árvores que quase encostam na casa. Em seguida, vão aos potes. Nunca contei, mas são dezenas durante o dia.
De vez em quando, tenho de repor as porções. No entorno, há árvores frutíferas que também fornecem alimento para eles.
As aves que visitam os potes no escritório preferem a banana. Não há entre elas uma só que não goste. Apreciam também mamão, maçã, cáqui, laranja, figo, melão, etc. Mas banana tem que ter sempre e é a que mais sai.
Ter pássaros por perto é um encanto. A observação cotidiana desses seres é fonte de lições e inspiração. Por exemplo, aprendi que eles são felizes ao natural. Vivem com o que tem e sentem-se bem assim. Não querem mais do que a natureza lhes oferece. Existem. A vida é breve. Ponto.
Não permitem que a metafísica e as encucações lhes roubem instantes preciosos.
A vida, para os pássaros, é bela demais para se perder com preocupações menores, raivas, angústias desnecessárias, invejas, ruminações sem sentido.
Pouco antes de amanhecer, eles soltam os primeiros gorjeios. Ao clarear, vão-se ao mundo. De ramo em ramo, de flor em flor, de fonte em fonte, de céu em céu, cuidam de viver.
Pode ser que tenham lá seus momentos de reflexão em torno da finitude do ser, da consumação do tempo, da origem e da finalidade da existência. Mas isso não deve durar mais que o breve momento de descanso num galho, no intervalo do vôo.
Os pássaros tratam de viver, ao contrário de nós, ocupados demais com a morte.
Eu bem que tentei olhar a vida como eles, mas ainda não consegui. Talvez porque me faltam asas.
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Identificação das aves: Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre, ao qual agradeço.
Todos os dias eles vêm à sacada do escritório comer as frutas que lhes sirvo. Às vezes reúnem-se vários ao mesmo tempo nos galhos das árvores que quase encostam na casa. Em seguida, vão aos potes. Nunca contei, mas são dezenas durante o dia.
De vez em quando, tenho de repor as porções. No entorno, há árvores frutíferas que também fornecem alimento para eles.
Sanhaço-cinza (Thraupis sayaca) photo: j.finatto |
As aves que visitam os potes no escritório preferem a banana. Não há entre elas uma só que não goste. Apreciam também mamão, maçã, cáqui, laranja, figo, melão, etc. Mas banana tem que ter sempre e é a que mais sai.
Ter pássaros por perto é um encanto. A observação cotidiana desses seres é fonte de lições e inspiração. Por exemplo, aprendi que eles são felizes ao natural. Vivem com o que tem e sentem-se bem assim. Não querem mais do que a natureza lhes oferece. Existem. A vida é breve. Ponto.
Saí-azul fêmea (Dacnis cayana) photo: j.finatto |
Não permitem que a metafísica e as encucações lhes roubem instantes preciosos.
A vida, para os pássaros, é bela demais para se perder com preocupações menores, raivas, angústias desnecessárias, invejas, ruminações sem sentido.
Pouco antes de amanhecer, eles soltam os primeiros gorjeios. Ao clarear, vão-se ao mundo. De ramo em ramo, de flor em flor, de fonte em fonte, de céu em céu, cuidam de viver.
Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) photo: jfinatto |
Pode ser que tenham lá seus momentos de reflexão em torno da finitude do ser, da consumação do tempo, da origem e da finalidade da existência. Mas isso não deve durar mais que o breve momento de descanso num galho, no intervalo do vôo.
Saí-azul macho photo: j.finatto |
Os pássaros tratam de viver, ao contrário de nós, ocupados demais com a morte.
Eu bem que tentei olhar a vida como eles, mas ainda não consegui. Talvez porque me faltam asas.
Saíra preciosa photo: j.finatto |
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Identificação das aves: Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre, ao qual agradeço.