Jorge Adelar Finatto
photo: jfinatto |
É muito triste andar só, embora a gente esteja quase sempre sozinho.
Nunca nos falte essa luz, Maria, a do espírito. Sim, essa que nos guia pelos caminhos sombrosos do treva-mundo.
Pode faltar o pão, mas não nos falte a luz interior. A escuridão mata, porque através dela nada podemos encontrar e já não somos encontrados.
A escuridão é o oposto do respirar claro, Maria, é o contrário do sol, do calor humano e da presença de Deus.
O que eu mais quero na vida é claridade, como a que eu sentia quando pegava na tua mão naquela hora em que tudo em volta era motivo de aflição.
Procuro luz para admirar as coisas do mundo, para enxergar o semelhante, para ter encanto na vida.
Luz pra desviar das armadilhas, dos monstros noturnos e diurnos, dos abismos.
Noite é bom pra conversar na varanda, olhar a luz das estrelas e da Lua. Sonhar e esperar o amanhecer.
É muito triste andar só, embora a gente esteja quase sempre sozinho.
Se tiver que caminhar no escuro um dia desses, que pelo menos os vaga-lumes apareçam.
É muito triste andar só, embora a gente esteja quase sempre sozinho.
Se tiver que caminhar no escuro um dia desses, que pelo menos os vaga-lumes apareçam.
De tanta escuridão neste mundo estou bem farto.
Por favor, Maria, não deixe que anoiteça sobre mim. Mas se tiver que acontecer, me dê a tua mão na hora de apagar a luz e fechar a porta.
Por favor, Maria, não deixe que anoiteça sobre mim. Mas se tiver que acontecer, me dê a tua mão na hora de apagar a luz e fechar a porta.