O
feminicídio
(assassinato de mulher por razões de gênero) já foi aprovado pelo Congresso
Nacional para constar como homicídio qualificado no Código Penal,
aumentando a pena e tirando privilégios dos agressores. A matéria agora aguarda
apenas a sanção da presidente da República. Neste Dia Internacional da Mulher,
a questão é abordada na exposição Até que a morte nos separe, da artista
plástica gaúcha Graça Craidy.
No domingo (8/3), no Centro
Cultural Zona Sul (Rua Landell de Moura, nº 430, bairro Tristeza), em
Porto Alegre, ela expõe 18
pinturas (acrílica sobre papel) de mulheres que
um dia sonharam com a felicidade no casamento, mas acabaram mortas pelos
maridos ou ex-companheiros. Graça, que está selecionada para o Salão de Arte do
tradicional Atelier Livre de Porto Alegre, retrata e denuncia essa situação.
“Fui movida pela indignação, pela dor da injustiça e por imensa solidariedade a
todas as mulheres imoladas em nome de um machismo arcaico”, diz ela, que se
baseou em fotos publicadas das cenas dos crimes para produzir suas obras.
No Rio
Grande do Sul, em 2013, a cada quatro dias uma mulher foi assassinada; em 75% dos
casos, os autores tinham relação de afeto com elas; em Pernambuco, em 2006, 291
mulheres foram mortas, conforme dado publicado pelo Centro Feminista de Estudos
e Assessoria. O Estado nordestino é apontado pelo Cfemea como o que mais
acumula casos de feminicídio no país. Mas, como se sabe, o problema, mais aqui,
menos ali, é mundial.
pintura de Graça Craidy |
Graça Craidy
é publicitária por formação, com carreira desenvolvida em Porto Alegre e São
Paulo, entre os anos 1970 e 2000. Começou a desenhar em São Paulo e, de volta à
capital gaúcha há cerca de dez anos, lecionou a cadeira de Criatividade na ESPM
e depois passou a dedicar-se às artes plásticas, ingressando no Atelier Livre
de Porto Alegre. Seu trabalho tem sido elogiado por artistas consagrados. Com
curadoria de Márcia Morales Salis, essa é a sua primeira exposição individual,
depois de ter participado de coletivas.
A exposição será montada
em um dos casarões em estilo colonial espanhol do Centro
Cultural Zona Sul, que receberá decoração alusiva ao casamento, com metros de tule
branco recobrindo suas paredes externas e internas, além de flores, música
nupcial e incensos.
Serviço:
O
quê: Exposição Até que a morte nos separe
Onde:
Centro Cultural Zona Sul (Rua Landell de Moura, nº, 430, bairro Tristeza, Porto
Alegre)
Dia
e hora: domingo (8/3), das 9h30 às 18h
Entrada
franca
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Carlos Alberto de Souza é jornalista em Porto Alegre.
smcsouza@uol.com.br
Graça Craidy:
gcraidy@gmail.com
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Carlos Alberto de Souza é jornalista em Porto Alegre.
smcsouza@uol.com.br
Graça Craidy:
gcraidy@gmail.com