Último dia do primeiro mês do ano. Alguém dirá: estamos apenas no começo.
Mas eu acho, nessa minha vã filosofia de viajante do tempo, que a locomotiva está correndo demais.
Não quero a velocidade do trem-bala. Gosto mais do ritmo da maria-fumaça.
Por favor, Seu Maquinista, mais devagar.
Quero ver a paisagem. Quero conhecer e trocar palavras com os outros passageiros.
Quero não chegar tão cedo a lugar nenhum, a nenhuma estação. Não tenho pressa.
Afinal, todas as viagens estão mesmo fadadas a chegar um dia.
Só quero o caminho. Essa fome infinita de viver.