Jorge Finatto
O desejo de visitar Arles e Saint-Remy, na Provence, nasceu em 2014. Em setembro daquele ano o Museu VAN GOGH, de Amsterdam, publicou em seu facebook o meu poema "Composição", do livro O Fazedor de Auroras, editado pelo Instituto Estadual do Livro em 1990. Fiquei muito feliz e admirado. E tinha motivo: colocaram como "ilustração" do texto a pintura "Jardin de Saint-Paul de Mausole", de Van Gogh.
O poema é uma homenagem a Van Gogh e uma declaração de amor à pintura. Pois bem, no início desse mês, descansando uns dias em Lisboa, depois de percorrer a Suíça, Alemanha e Áustria, tinha viagem programada a Marselha. Do aeroporto iríamos - Izabel e eu - de trem a Arles, onde o pintor realizou a culminância de sua obra. Aí incluídas as pinturas feitas no Monastério-sanatório de Saint-Paul de Mausole, em Saint-Remy, onde viveu e se tratou entre maio de 1889 e maio de 1890.
Ocorre que o famoso coronavírus Covid-19 tinha chegado lá antes de nós. Um dos aeroportos mais movimentados da França, resolvemos não correr o risco de ser contaminados. Desviamos a rota e acabamos nos Açores (outro sonho antigo).
Desistimos? Claro que não! Iremos atrás de Van Gogh depois que a tempestade passar. E vamos sentar nesse jardim onde, um dia, ele esteve com seu cavalete e criou este quadro com a paleta encantada.