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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Último dia para ver "Olhar sobre Veneza"

Jorge Finatto

Exposição Olhar sobre Veneza. Café do Porto. photo: jfnatto
 
NESTA SEGUNDA-FEIRA encerra-se a mostra Olhar sobre Veneza no Café do Porto. Foram 14 dias de convívio das imagens com os frequentadores do charmoso café da Rua Padre Chagas.

Estive lá algumas vezes nesse período, olhando as minhas crias e o movimento, sentado à mesa perto da janela. Um bom lugar para se estar, sob a direção atenciosa de Cacaia Bestetti, que, além de arquiteta e proprietária, é incentivadora das artes.
 
Espécie de memorabilia afetiva da cidade do Adriático, a exposição nasceu por acaso, fruto das minhas digressões por seus canais e pontes, a pé ou embarcado. Veneza é um nome bom de se dizer e um lugar único no universo para se conhecer.
 
A todos que estiveram na mostra, meu agradecimento. Uma exposição só faz sentido no olhar de quem a vê. Até a próxima.
 
photo: jfinatto

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Veneza no Café do Porto

Jorge Finatto
 
photo: jfinatto

 Exposição fotográfica mostra a face pouco conhecida de Veneza, no Café do Porto, a partir de 03 de janeiro


VENEZA é uma das cidades mais visitadas e fotografadas do planeta. Uma cidade de espelhos, segredos e mistérios. Perambular sem pressa e sem itinerário por seus tortuosos caminhos (as fondamenta,  à margem dos canais) é essencial para descobrir seu corpo cheio de cálidas surpresas. 

A pé, numa gôndola ou num vaporetto (embarcação típica de Veneza, usada como meio de transporte pelos canais, com motor a diesel, e não mais a vapor como antigamente), o passeio é sempre revelador.
Não nos cansamos de admirar a arquitetura, as pontes, as paredes de tijolos à vista, as janelas com flores, os telhados, as roupas secando ao vento, as praças com pessoas de todos os lugares (talvez você dê sorte e encontre um veneziano em meio à multidão...), os longos e estreitos corredores que se perdem na bruma dos séculos.

photo: jfinatto

Veneza se deixa visitar, olhar, fotografar. Mas não se iluda o visitante: poucos terão acesso a seus aposentos interiores, à sua alma. Estes lugares não são para olhos estrangeiros. 

Recatada, a bela senhora nunca se deixa desvelar por completo. É preciso saber tocá-la com a ponta dos dedos, delicadamente. Como quem toca uma estrela muito frágil fadada a desaparecer (o aumento do nível das águas e os processos geológicos locais, embora lentos, estão levando ao afundamento da cidade).

Nesta exposição, reuni imagens que buscam mostrar o lado pouco conhecido de Veneza, longe dos clichês e do corre-corre dos turistas. Gostaria de compartilhar com você essas impressões sobre a querida República Sereníssima. São 17 painéis que estarão à mostra no acolhedor Café do Porto, a partir do dia 03 de janeiro de 2017.
 
photo: Jorge finatto


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Mostra fotográfica OLHAR SOBRE VENEZA
Autor: Jorge Finatto
Café do Porto, de 03 a 16 de janeiro, 2017
Rua Padre Chagas, 293, bairro Moinhos de Vento
Porto Alegre
 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Tresloucadas umbrelas

Jorge Finatto

Série Umbrelas. Jorge Finatto

O guarda-chuva é o melhor amigo do homem, junto com o cão. Ambos vêm depois, claro, do ser humano, este sim o primeiro e verdadeiro melhor amigo do homem, embora alguns tenham dúvida sobre isto.
 
Um sujeito desamparado e solitário encontrará sempre no guarda-chuva um companheiro valente e leal nas intempéries da vida.
 
Aqui em Passo dos Ausentes, as umbrelas são tão consideradas que ganharam uma grande escultura na Praça da Ausência, a mais importante (e única, aliás) da cidade.
 
Lembro, a propósito, que Oscar Wilde esteve em nossa aldeia esquecida especialmente para encomendar guarda-chuvas de nossos mestres umbeleiros. Veio para ficar poucos dias, e demorou-se por 40 amanheceres!

Os guarda-chuvas que levou (Wilde era colecionador), com suas iniciais marcadas no cabo de osso de anta âmbar, o acompanharam até o triste fim de seus dias, num pobre quarto de hotel, na Rue des Beaux Arts, 13, em Paris, não distante do Sena. Tão pobre que o teria levado a dizer, pouco antes de morrer: ou sai esse papel (horrível) de parede ou saio eu. Deixou muitas saudades, carinhos e bilhetes entre nós.
 
Objetos antiquíssimos, os chapéus de chuva têm uma dimensão onírica e simbólica. Podem significar proteção durante a travessia das dificuldades que a existência nos impõe. E um voo sobre os abismos da indiferença e da solidão. Além, é claro, da função primordial de abrigar-nos da chuva, da bruma líquida e do sol forte.
 
Tenho por eles, como todo ausentino, um afeto imemorial que remonta aos tempos do Dilúvio e que chegou até nós atravessando gerações.
 
No Café do Porto, em janeiro de 2016, expus a minha série Umbrelas, ao lado da outra, Visões da Serra. Duas em uma. Vejam o que disse, por e-mail, o poeta e amigo Ricardo Mainieri, após visitar a exposição:
 
Uma coisa chamou-me, logo, a atenção: as cores. Seja nas paisagens serranas, onde existem nuances de meios-tons, seja nas expressivas "umbrelas" tresloucadamente voando no céu.
Também é visível uma atmosfera de solidão e transcendência nas imagens da Serra e uma discreta alegria nas sombrinhas voadoras.
Pessoalmente, gostei mais das paisagens solitárias de nosso bioma interior. Elas me evocam um momento de reflexão e espiritualidade. Parabéns pela exposição.
 
O que pretendo com minhas fotografias? Passar um pouco de beleza e, talvez, felicidade para as pessoas, num momento tão difícil como o que vivemos. Um instante de leveza, luz natural, cor, ar fresco e poesia, elementos que habitam as coisas simples, os Fanicos & Farfalhas do mundo.

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Oscar Wilde em Passo dos Ausentes:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2014/03/oscar-wilde-em-passo-dos-ausentes.html 
 

domingo, 10 de janeiro de 2016

Café do Porto

Jorge Adelar Finatto

photo: jfinatto
 

Na próxima terça-feira, 12 de janeiro, inicia no Café do Porto (Rua Padre Chagas, 293, bairro Moinhos de Vento, Porto Alegre) a exposição fotográfica Fanicos & Farfalhas. Vai até o dia 02 de fevereiro. É a primeira vez que exponho minhas fotos em Porto Alegre.

Desci a serra levando 17 quadros divididos em duas séries: Visões da Serra e Umbrelas, com imagens que captei nos últimos tempos em Gramado, Canela, São Francisco de Paula, Cambará do Sul e Passo dos Ausentes.
 
Imagens colhidas com esmero e silêncio. Pássaros, céus, flores, lagos, plátanos, guarda-chuvas, bandeirinhas e mais o que habita o invisível. Se algum mérito há no trabalho, não é por certo deste interiorano fotógrafo, mero intermediário. O grande artista é quem criou tudo isto: Deus.

Fotografar é uma coisa que faço com grande prazer. Escrever é muito mais dilacerante que fazer fotografia. A fotografia, como a escrita, faz parte da vã tentativa de parar o tempo e aprisionar o transitório. A arte é uma busca de eternidade (isso de que somos carentes) e um jeito de reinventar a vida (insuficiente em sua rotina).

photo: jfinatto

A brevidade da vida é  algo assustador e não está de acordo com nossa ânsia de permanência, perceptível em tudo que fazemos.

Colhi as fotos com a amiga Coruja (ex-máquina, quase um ser humano), durante as caminhadas polifônicas. Se valeu a pena? Vi muitas coisas bonitas, respirei ar limpo, ouvi pássaros, encontrei animais (de gatos do mato a simpáticos quatis e tucanos, sem esquecer veados e o rugido de pumas em esconsas cavernas), conversei com gente. Vocês avaliarão o resultado.

Estão todos convidados.

Café do Porto. photo: jfinatto