E, no entanto, ela está ali, viva, na pequena moldura, sobre a mesa do vendedor de antiguidades na feira da Plaza Constitución em Montevideo. Encontrei-a na sexta-feira, 13/02/2015.
A brisa, um pouco fria, conversava com as folhas dos plátanos. O sol calmo espiava entre os galhos.
A brisa, um pouco fria, conversava com as folhas dos plátanos. O sol calmo espiava entre os galhos.
Viva e bela, lá está a mulher desconhecida de 120 anos atrás. O semblante revela que está em paz. Ou pelo menos resignada. Viver lhe traz algum encanto? Será feliz? Que sonhos acalentará no coração?
Parece que vestiu o seu vestido mais bonito pra tirar a fotografia. Sabia talvez que a imagem ia atravessar o tempo e oferecer-se a olhos estranhos e curiosos no futuro distante.
Um dia o retrato caiu do toucador da casa abandonada na Ciudad Vieja. Muitos anos se passaram longe da luz. Até que entrou num baú e foi levado ao antiquário. Depois à praça onde agora brilham, sob os plátanos, os olhos da mulher.
Parece que vestiu o seu vestido mais bonito pra tirar a fotografia. Sabia talvez que a imagem ia atravessar o tempo e oferecer-se a olhos estranhos e curiosos no futuro distante.
Um dia o retrato caiu do toucador da casa abandonada na Ciudad Vieja. Muitos anos se passaram longe da luz. Até que entrou num baú e foi levado ao antiquário. Depois à praça onde agora brilham, sob os plátanos, os olhos da mulher.
Feira de antiguidades. photo: jfinatto |
O que é uma fotografia? Um instantâneo que não se deixa morrer.
Um fragmento de vida congelado no tempo.
Uma face de mulher não se perdeu graças ao cálido registro.