domingo, 23 de janeiro de 2022

Vírus e guetos

 Jorge Finatto

photo: jfinatto


O vírus da covid-19 e suas variantes não serão eliminados por barreiras sanitárias como aquelas que fazem contra países africanos.
Trata-se de medidas desesperadas e inócuas que, no máximo, retardam a contaminação. Vírus não respeitam fronteiras e sempre dão um jeito de escapar das filas de imigração dos aeroportos.
As farmacêuticas e os países desenvolvidos devem, isto sim, fazer um concerto no sentido de levar a vacinação a nações pobres da África e de outros continentes. Enquanto houver uma comunidade a descoberto todo o planeta estará em risco.
O velho e odioso recurso de reduzir a guetos nações periféricas, deixando que se exterminem por falta de acesso a produtos farmacêuticos, não funciona mais.
Nestes tempos de pandemia e globalização, o famoso pau que dá em chico, mais dia, menos dia, dá em francisco. A indústria das vacinas provavelmente nunca ganhou tanto dinheiro como agora. Não custa nada auxiliar os países carentes com doação de imunizantes.
A cooperação internacional não é uma questão de solidariedade apenas, mas de sobrevivência inclusive para os ricos. É o óbvio que precisa ser dito.