Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
O estatuto luminoso que as flores estão a proclamar, em meio à profunda sombra, é motivo de imenso desalento. Afinal, pra que espalhar tanta beleza na espessa escuridão do mundo?
Onde antes havia secura de seivas, elas agora aparecem trazendo alegria e encanto.
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Até essa explosão de formas e cores, tínhamos garantida a tristeza de cada dia. Havia certeza em relação à desolação.
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Ninguém esperava mais nada. Felicidade era coisa de dicionários. História de romance água-com-açúcar.
Agora vem esse tempo de delicadezas recordar-nos o paraíso, a criar em nós a angústia da beleza.
Por que essas flores nos deixam assim tão indefesos?
O que fazer com o velho jeito de sofrer e ser infeliz?