Jorge Adelar Finatto
Estou olhando pela janela do escritório, madrugada alta, nessa hora em que o silêncio é tão intenso que dá para escutar o orvalho. Espero palavras para escrever alguma coisa.
A Lua vai longe e alta sobre as montanhas.
A chegada da Lua cheia, na terça-feira passada, 20 de agosto, foi um rotundo acontecimento.
Estava eu em viagem, regressando a Passo dos Ausentes pela estrada íngreme de chão batido no Contraforte dos Capuchinhos. Tinha ainda muito chão pela frente - ou muito céu - até chegar aos 1800 metros de altitude da nossa cidadezinha. Foi quando avistei aquela beleza.
A Lua imensa se levantava pouco acima dos telhados das casas do campo e das árvores da mata. Parecia estar tão perto que poderia estender o braço e tocar nela com a ponta dos dedos, talvez até fazer um desenho na sua superfície. Era possível ver o relevo do solo e das crateras. Depois de vários dias de Lua nova, o luar resplandecia em toda luminosidade.
Se alguém atravessasse a paisagem lunar de bicicleta naquele instante, seria visível de onde eu estava. O ar transparente, sem luzes da cidade, permitia ver o universo inteiro.
O fato é que eu tinha a Lua nas mãos naquela subida da Serra.
Desci da caminhonete, fiquei olhando, admirando. Um cheiro bom de erva do mato andava no ar. Como eu não trazia a velha Coruja comigo, fiquei sem poder fotografar as lindas feições do nosso satélite natural.
Eu procurei na internet imagens do luar de terça-feira e encontrei essas do fotógrafo Leo Fontes.**
O fato é que eu tinha a Lua nas mãos naquela subida da Serra.
Desci da caminhonete, fiquei olhando, admirando. Um cheiro bom de erva do mato andava no ar. Como eu não trazia a velha Coruja comigo, fiquei sem poder fotografar as lindas feições do nosso satélite natural.
Eu procurei na internet imagens do luar de terça-feira e encontrei essas do fotógrafo Leo Fontes.**
photo: Leo Fontes, O Tempo online |
Valho-me, em boa hora, das belas fotos publicadas no jornal O Tempo*, online, de Minas Gerais, de autoria do Leo (ao qual agradeço a generosidade de autorizar a publicação aqui no blog). É um trabalho artístico de rara felicidade: a Lua cheia iluminando Belo Horizonte naquela noite.
Então, como não havia nada mais importante a fazer naquele momento do que admirar a Lua, me sentei no degrau da porta da caminhonete e comecei a descascar e comer laranja, olhando a Lua que era essa mesma da foto do Leo.
Depois de algum tempo, ela começou a diminuir, se distanciar, fazendo seu itinerário. Essa Lua, em outros tempos, foi vista pelos primeiros homens e mulheres que habitaram a Terra.
Luminosa testemunha da história humana a pouca distância acima da nossa cabeça.
Depois de algum tempo, ela começou a diminuir, se distanciar, fazendo seu itinerário. Essa Lua, em outros tempos, foi vista pelos primeiros homens e mulheres que habitaram a Terra.
Luminosa testemunha da história humana a pouca distância acima da nossa cabeça.
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*O Tempo:
**site oficial de Leo Fontes:
http://leofontes.com/
Passo dos Ausentes:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/06/cidade-perdida-as-origens.html
http://leofontes.com/
Passo dos Ausentes:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2012/06/cidade-perdida-as-origens.html