HOMEM E MULHER ao pôr do sol. Um quadro de inverno. Fim de tarde no Lago Genebra, em Montreux, Suíça.
Estão perto um do outro. Mas distantes espiritualmente. Cada um mergulhado em seus pensamentos. Olham para o intangível. Parecem querer decifrar o sentido do tempo que se esvai. Veem o sol declinar no interior das águas ao pé dos Alpes.
A despedida de mais um dia. Na solidão da própria transitoriedade, homem e mulher contemplam o mistério do tempo. Pequenos e impotentes diante de tamanha força.
São personagens de uma aquarela. Um quadro em progresso cujo fim ninguém, exceto Deus, sabe qual será.
Na aquarela, na fotografia, esse momento único, à beira do lago, poderá ser salvo do oblívio. Só na memória da imagem o instante sobreviverá.
Diante do pôr do sol, o alumbramento do casal é o mesmo sentido pela primeira mulher e primeiro homem.
Testemunhas silenciosas de um dia que se despede em pura beleza.
Para encontrar a aurora, terão de dar-se as mãos outra vez e caminhar juntos.