Aos que dizem que tudo é possível, eu digo sim, tudo pode via a ser. Mas que venha logo, sem demora, sem promessas delirantes, que desperte, enfim, a luminosa manhã.
A treva tomou conta do Brasil, da cidade, da minha rua, entrou na minha casa.
Fugir pra onde? Se tudo em volta suspira e dói.
Se tudo é possível, que venham as pequenas alegrias, as inesperadas ternuras, os abraços escondidos, as urgentes revelações, as mãos dadas.
Se tudo é possível, um casal dançará um fado rasgado em plena calle deserta.
Se tudo é possível, abrirei o guarda-chuva e sairei pela noite em busca de açucenas em setembro pra deixar em tua porta.
E se tudo for mesmo possível, vamos enfrentar o problema do medo de viver
(a morte, essa coisa numerosa e fria, está em toda parte e não faz mais espanto).
Dizem eles que tudo na vida é possível. A treva tomou conta do Brasil, da cidade, da minha rua, entrou na minha casa.
Fugir pra onde? Se tudo em volta suspira e dói.
Se tudo é possível, que venham as pequenas alegrias, as inesperadas ternuras, os abraços escondidos, as urgentes revelações, as mãos dadas.
Se tudo é possível, um casal dançará um fado rasgado em plena calle deserta.
Se tudo é possível, abrirei o guarda-chuva e sairei pela noite em busca de açucenas em setembro pra deixar em tua porta.
E se tudo for mesmo possível, vamos enfrentar o problema do medo de viver
(a morte, essa coisa numerosa e fria, está em toda parte e não faz mais espanto).
Que venha depressa essa ventura.
Que não nos falte o impossível amanhecer.
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Foto: J. Finatto