Jorge Adelar Finatto
A parte da beleza e da justiça que não se distribui, a parte do calor e da ternura que não se dá e nem se recebe, a parte dos sonhos extraviados na travessia, a parte do amor não vivido, essa é a parte da orquídea.
O que ficará desse tempo seco e sem ar?
Levo no bornal o caderno de anotações, os lápis de cor, a caneta, o telescópio, o lampião, o impossível mapa e a máquina fotográfica pra descobrir a orquídea.
Levo no bornal o caderno de anotações, os lápis de cor, a caneta, o telescópio, o lampião, o impossível mapa e a máquina fotográfica pra descobrir a orquídea.
Encho os olhos e o coração com suas cores, formas e raro aroma. No limite do penhasco, no velho tronco da beira do córrego, sob a sombra da densa nuvem, a orquídea respira e ilumina.
Orquídea, sim, orquídeas.
Orquídea, sim, orquídeas.
O resto não importa.
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Foto: J. Finatto