Jorge Adelar Finatto
photo: j.finatto |
O blogueiro é como o menestrel de antigamente. Leva na mão o alaúde. Entrega seu verso e sua prosa a quem quiser, em troca de um pouco de atenção.
Escrever num blogue tem virtudes. A principal delas é, talvez, evitar a derrubada de árvores para publicação de livros. O blogue se constrói no meio imaterial, não agride a natureza. É abstrato como um fantasma.
Ninguém cheira nem toca as páginas do blogue. Nesse sentido (como em muitos outros), o livro é insubstituível. A utilização do ambiente virtual é uma necessidade e uma saída diante da profusão de pessoas que estão escrevendo.
O autor do blogue pode alterar o que escreveu a qualquer tempo, e isto é importante para melhorar a qualidade do texto (principalmente em se tratando de blogue literário). O texto está em permanente construção.
No momento em que se pressiona a tecla "publicar", o conteúdo vai para o espaço infinito e pode ser lido por qualquer habitante deste e de outros planetas.
A solidão compartilhada dá um sentimento de companhia na dura vida da escrita.
Haverá, de fato, leitores interessados no que escrevemos? Ninguém sabe. Eu pelo menos não sei. O que importa é que o recado está na rede. As palavras estão à procura de quem as leia e, quem sabe, também as ame.
O blogueiro, tão parecido com o ancestral troglodita, vive ruminando e anotando na sua caverna virtual, em busca de comunicação.
O blogueiro, tão parecido com o ancestral troglodita, vive ruminando e anotando na sua caverna virtual, em busca de comunicação.
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Texto publicado em 9 de outubro, 2010.