A visita ao Museo Nacional de Artes Visuales, em Montevideo, foi o ponto de partida para travar conhecimento com alguns dos principais artistas plásticos uruguaios.
Além de Carlos Federico Sáez, de que tratei em artigo anterior, tive oportunidade de ver de perto outros como Pedro Figari e Juan Manuel Blanes (1830-1901). Um belo achado.
Além de Carlos Federico Sáez, de que tratei em artigo anterior, tive oportunidade de ver de perto outros como Pedro Figari e Juan Manuel Blanes (1830-1901). Um belo achado.
Olhemos agora, mesmo que superficialmente, o trabalho de Blanes. Os traços, a modulação das cores, a composição, os motivos, todos esses elementos são originais na mão do artista e evidenciam alto refinamento construtivo. O pintor atingiu tal excelência em sua arte que facilmente podemos dar-lhe o título de mestre. De fato, influenciou muitos dentro e fora do Uruguai.
Entre suas telas, várias evocam cenas da vida dos gaúchos no campo. Há, também, aquelas em que a denúncia se faz presente, como na que mostra o massacre da Guerra da Tríplice Aliança, na qual Brasil, Argentina e Uruguai combateram e arruinaram, com apoio inglês, o Paraguai. Nela vemos uma mulher (La paraguaya) olhando desolada um cenário de devastação.
Temas sociais igualmente não lhe escapam da palheta. Veja-se a pintura em que apresenta a trágica passagem da febre amarela por Buenos Aires, com uma mãe morta e a criança ao lado do corpo caído.
Existem, entrementes, os retratos, as cenas históricas, e em todos o nível elevado da criação. A maestria dos movimentos, das figuras, dos detalhes, numa integração como poucas vezes se vê.
Numa época em que a fotografia era uma arte recente e de reduzido espectro, a obra de Juan Manuel Blanes fixou imagens que, de outra forma, teriam se perdido. Essa pintura figurativa em nenhum momento perde seu valor nem seu interesse.
As pinturas deste grande artista são ricas em conteúdo e luminosas na construção de formas e cores. Resgatam um tempo, suas faces e suas histórias. Não houvesse outras razões, essas já seriam suficientes para assegurar a Blanes um lugar entre os grandes nomes da pintura universal.
Entre suas telas, várias evocam cenas da vida dos gaúchos no campo. Há, também, aquelas em que a denúncia se faz presente, como na que mostra o massacre da Guerra da Tríplice Aliança, na qual Brasil, Argentina e Uruguai combateram e arruinaram, com apoio inglês, o Paraguai. Nela vemos uma mulher (La paraguaya) olhando desolada um cenário de devastação.
La paraguaya, JMBlanes, 1879.* |
Temas sociais igualmente não lhe escapam da palheta. Veja-se a pintura em que apresenta a trágica passagem da febre amarela por Buenos Aires, com uma mãe morta e a criança ao lado do corpo caído.
Um episodio de la fiebre amarilla em Buenos Aires, JMBlanes, 1871.* |
Existem, entrementes, os retratos, as cenas históricas, e em todos o nível elevado da criação. A maestria dos movimentos, das figuras, dos detalhes, numa integração como poucas vezes se vê.
Los dos caminos. JMBlanes** |
Numa época em que a fotografia era uma arte recente e de reduzido espectro, a obra de Juan Manuel Blanes fixou imagens que, de outra forma, teriam se perdido. Essa pintura figurativa em nenhum momento perde seu valor nem seu interesse.
As pinturas deste grande artista são ricas em conteúdo e luminosas na construção de formas e cores. Resgatam um tempo, suas faces e suas histórias. Não houvesse outras razões, essas já seriam suficientes para assegurar a Blanes um lugar entre os grandes nomes da pintura universal.
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*Exposição do Museo Nacional de Artes Visuales, Montevideo:
http://mnav.gub.uy:9000/cms.php?a=1
**Reprodução do site do Museo de Bellas Artes Juan Manuel Blanes, Montevideo:
http://blanes.montevideo.gub.uy/coleccion/juan-manuel-blanes
JMBlanes** |
*Exposição do Museo Nacional de Artes Visuales, Montevideo:
http://mnav.gub.uy:9000/cms.php?a=1
**Reprodução do site do Museo de Bellas Artes Juan Manuel Blanes, Montevideo:
http://blanes.montevideo.gub.uy/coleccion/juan-manuel-blanes