Jorge Finatto
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photo: jfinatto |
Em meio à difícil e, ao mesmo tempo, prazerosa faina da escrita, parei um momento para ouvir música. O grande maestro e compositor espanhol Joaquín Rodrigo (que era cego) iluminou o gabinete com sua arte linda e profunda. Foi a conta de ser feliz. Fechei os olhos e deixei o mundo girar...
Recordo que, uma vez, há muitos anos, perguntaram à atriz Tônia Carrero se ela se considerava uma pessoa feliz. Ela respondeu mais ou menos assim (cito de memória): Eu sou feliz algumas vezes durante o dia.
Fiquei com aquela declaração na cabeça, tratava-se de uma sábia síntese existencial. Ora, se até Tônia Carrero tem lá seus momentos de não-felicidade, o que dizer de nós, meros mortais, distantes dos palcos iluminados desta vida...
Dificuldades existem para todos, mas toda a gente pode ser feliz em algum momento.
Em outra feliz percepção filosófica sentenciou o cantor e compositor Odair José, cantarolando como quem não quer nada: Felicidade não existe: o que existe na vida são momentos felizes.
Faz um frio de congelar até pensamento nos últimos dias aqui na montanha, as famosas frentes frias que vêm lá da Antártida.
A felicidade é um pássaro que habita o coração. Às vezes canta.
Os ares e ventos polares deixam as almas introspectivas...
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photo e texto: jfinatto