sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O retorno do pássaro

Jorge Adelar Finatto

photo: j.finatto
 

Eu andava sorumbático e não sabia por quê. Até que me dei conta: estou longe de Passo dos Ausentes há muito tempo. Porto Alegre, pra mim, não é mais um porto acolhedor, é um lugar onde venho cumprir compromissos. E sinto medo.

Há violência, ressentimento, indiferença demais nesse porto que ficou triste.

Quando estou por aqui, uma vez cumprida a obrigação, fico no apartamento, ou então me refugio em sala de cinema, livraria, café. Pouco saio nas ruas.

O que houve entre mim e Porto Alegre? Mudamos, talvez não nos reconheçamos mais como antes. Perdemos a intimidade.

Se ainda sinto amor pela cidade do pôr-do-sol? Como não sentiria? Afinal aqui cheguei num longínquo abril, depois de escorregar entre os pinheiros e as montanhas, durante um grande vendaval. Vim rolando feito seixo que acabou caindo na beira do Guaíba.

O Guaíba foi o irmão que me recebeu de braços abertos.

Muitos anos depois retornei à serra ancestral, reencontrei o lar perdido. Tornei-me outra vez aquilo que nunca deixei de ser, um interiorano. Por isso essa sensação de passarinho caído fora do ninho quando estou longe da casa de madeira e basalto nos Campos de Cima do Esquecimento.

Em suma, parafraseando o velho Sócrates, eu não sei de nada, mas sei menos ainda da vida e de mim quando estou na cidade grande.

Quando você ler estas maltraçadas linhas, raro leitor, eu estarei na estrada, regressando, enfim, pro meu canto no universo. Feliz como pássaro ferido que retomou o vôo.
 

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Visita ao cemitério de Père-Lachaise, Paris

Jorge Adelar Finatto

photo: j.finatto. Père-Lachaise, Paris


Um leitor pergunta-me, por e-mail, o que, afinal, um escritor genial como Balzac (1799-1850) ia fazer no cemitério de Père-Lachaise em Paris. Refere-se ao post de ontem (29/12/12), no qual escrevi que o grande romancista francês costumava freqüentar aquele lugar para meditar e realizar no local o que denominou "estudos de dor".


photo: j.finatto.Túmulo de Proust com carta e vaso de flor

Admirou-se, também, o raro leitor, pelo fato de eu ter passado um dia - um domingo - pesquisando, anotando e fotografando no tal cemitério: "O que pode haver de tão interessante num lugar assim? Não revelará esse gesto certa tendência mórbida do temperamento do cronista?", arrematou.

photo: j.finatto. Túmulo de Oscar Wilde em reforma, acima e embaixo (e os beijinhos)


photo: j.finatto

Não posso falar por Balzac, mas acredito que, atento observador como era, capaz de ir a minudências que passam despercebidas da maior parte dos mortais, as horas vividas no cemitério serviram-lhe de precioso material existencial e reflexivo para escrever sua obra.

Nada como a morte para chamar-nos à vida.

Uma certa melancolia ancestral habita o meu sangue, admito. Esse é um traço anímico de quem nasceu em Passo dos Ausentes como eu. Ninguém vem ao mundo impunemente aqui nos Campos de Cima do Esquecimento, entre gélidas névoas.


photo: j.finatto. Túmulo de Balzac

Mas ainda não chego ao ponto de fazer excursões a cemitérios por causa disso. Longe de mim! A morte é, entre os fatos naturais, o que me causa maior aversão e desgosto. Não existe entre mim e ela amizade ou encantamento possível.

Visitar cemitérios, portanto, não é um passeio que, de regra, me agrade, pelo contrário. Além disso, procuro sempre evitar tais visitas, pois, como diz aquele sábio ditado popular: "quem não é visto não é lembrado".


photo: j.finatto. Túmulo da escritora Colette

Uma visita ao Père-Lachaise tem valor cultural. É um giro pela história da arte e da cultura. E uma visão impressionante da transitoriedade de tudo nesse mundo. O destino final de todos os esforços, caprichos, alegrias, dores, sacrifícios, preocupações e vaidades.

Ali estão os túmulos de alguns dos principais artistas, escritores, filósofos e cientistas que marcaram a trajetória humana. As inscrições tumulares dão alguma notícia do que fizeram. Na portaria, o interessado pode pegar um impresso com o mapa das sepulturas contendo informações sobre os ilustres falecidos.


photo: j.finatto. Túmulo de Gilbert Bécaud

Também é possível observar a reação das pessoas diante da morte de personagens famosos (e outros nem tanto), os estudos de dor, de que nos fala Balzac. Cartas, bilhetes, livros, flores, velas, objetos diversos são colocados nos túmulos.

Mas nenhum dos habitantes do Père-Lachaise é alvo de tamanha manifestação de afeto como Oscar Wilde, cujo túmulo foi coberto por marcas de beijos com batom ao longo do tempo. Sobre o assunto escrevi Oscar Wilde: o beijo proibido.*


photo: j.finatto. Père-Lachaise

Estão sepultados no Père-Lachaise, entre tantos: Chopin, Édith Piaf, Yves Montand, Proust, Jim Morrison, Paul Éluard, Sarah Bernhardt, Maria Callas, Isadora Duncan, Allan Kardec, Camus, Gilbert Bécaud, Molière, Champollion, Modigliani, Pissarro, Dalacroix, Max Ernst e por aí vai. É um panteão a céu aberto. Vale a pena uma visita (não recomendável para pessoas impressionáveis).


photo: j.finatto. Père-Lachaise
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Oscar Wilde: o beijo proibido:
http://ofazedordeauroras.blogspot.com.br/2011/12/beijo-proibido.html

Fotos de novembro de 2011.
Texto revisto, publicado antes em 30.12.12.

domingo, 28 de julho de 2013

T.S.Eliot, Deus e as coisas boas da vida

Jorge Adelar Finatto

photo: T.S. Eliot
 

Uma carta do poeta T.S. Eliot (1888-1965), publicada na edição de julho deste ano da revista Serrote (nº 14), que acaba de chegar às livrarias, evidencia a religiosidade de um dos grandes autores do século XX. Nela o escritor considera Deus uma presença fundamental em sua vida.

Eliot nasceu nos Estados Unidos (St. Louis, Missouri) e fez brilhante carreira literária na Inglaterra, adotando a cidadania inglesa em 1927. Por sua obra, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1948.

Num tempo em que o ateísmo ou a desconsideração de Deus é pensamento dominante nos meios intelectuais, a manifestação de Eliot, um dos grandes poetas de língua inglesa de todos os tempos, escapa ao "intelectualmente correto", abordando sem reservas sua crença.

Fugindo da concepção que nega a existência de Deus, ou que sequer leva o assunto em consideração (como se fosse coisa de indivíduos ignorantes e pouco dotados mentalmente), Thomas Stearns Eliot afirma sua fé com convicção, de forma tranqüila, sem pretender impô-la a ninguém.
 
A carta foi escrita em 18 de setembro de 1927, um domingo à noite, tendo como destinatário Geoffrey Faber, escritor e editor, fundador da editora Faber & Gwyer (depois Faber & Faber), para a qual Eliot trabalhou durante muitos anos.

Publicada na Serrote com o título As coisas boas da vida, traz o entendimento do poeta no sentido de que a apreciação das coisas boas da vida depende do alcance de cada um, do grau de bondade de cada um, "minha própria apreciação (...) é intensificada por minha consciência de Deus", e acrescenta:
 
"Por exemplo, se alguém toma as relações humanas (ou, ainda, melhor, a relação homem/mulher) como seu maior bem, afirmo que isso acabará em desilusão e engano. Mas se duas pessoas (digamos um homem e uma mulher que mantêm uma grande intimidade) amam Deus ainda mais do que um ao outro, então ambos desfrutam maior amor um pelo outro do que se não amassem a Deus.

"(...)  O amor de Deus substitui o cinismo, o qual, de outro modo, é inevitável em qualquer pessoa racional, pois as relações com amigos e amantes, apartadas do amor de Deus, sempre, em minha experiência, acabam em desilusão e engano. Ou as pessoas o decepcionam, ou você as decepciona, ou ambos: nenhuma relação humana é, em si mesma, satisfatória" (p.238).*
 
Não me recordo de ver a questão de Deus colocada de forma tão lúcida e clara no âmbito das relações humanas. Não imaginava encontrar semelhante visão a um só tempo existencial e espiritual no autor do belo poema A terra devastada, traduzido no Brasil, com excelência, por Ivan Junqueira, com o título de A terra desolada, no livro T. S. Eliot, Poesia (com introdução e notas), Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1981.

O tema é particularmente importante nos dias de hoje, quando tanto se despreza a dimensão da espiritualidade na vida das pessoas, preferindo-se o indivíduo isolado no egoísmo, separado dos outros, valendo por si, contra tudo e contra todos, sem limites na busca de prazeres e bens materiais.

Não vou tirar o prazer do leitor de ler na íntegra a carta nas páginas da Serrote, de ruminar e extrair suas conclusões. Trata-se de um rico documento. Digo apenas que, por mim, a revista poderia ter apenas esse texto e já estaria plenamente justificada. Mas tem muito mais. É ler ou ler.


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O crédito da photo de T.S. Eliot será dado tão logo conhecida a autoria.
* Tradução de Thiago Lins
 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O gato no escritório

Jorge Adelar Finatto

 
photo: j.finatto
 

Anda comigo, vai onde eu vou, dorme e acorda a meu lado um gato invisível. O pelo azul claro e brilhante ofusca quando o vejo caminhando ao sol. Os dentes afiados, brancos, aparecem na intermitência do bocejo. O gato nasceu no mesmo dia em que eu nasci e nunca mais me abandonou. Gosta de ficar sentado na janela da minha solidão.
 
Não é um gato de raça conhecida. É um tipo que não se encontra nos livros nem no google. Ele apenas está por perto, sua presença é como a extensão da minha sombra.
 
Às vezes, quando me distraio, ele some no ar. Se começo a pensar na passagem do tempo, no sumidouro do calendário, na vida por levar, nos problemas sem solução, ele torna a surgir numa mansidão de fazer inveja. Costuma deitar sobre o tapete do escritório, ao pé das estantes. Enquanto me esfalfo trabalhando ele ronrona.

Como os gatos em geral, o meu gato é muito silencioso. Toda vez que tento pegá-lo ele desaparece e surge noutro lugar. Não se deixa acariciar. Não come, não bebe leite nem água. Raramente mia, e quando o faz é um miado infantil. O bichano não caça mas às vezes sonha que está correndo e pulando atrás de coloridas borboletas pela casa.

Não sei se alguém enxerga o meu felino. Não costumo conversar sobre isso, porque é difícil falar de um ser como ele. Muitos dirão que estou inventando (a falta de imaginação está acabando com a graça das coisas). Alguns só acreditam naquilo que podem tocar, comprar e levar pra casa, em nada mais.

O mundo materialista em que se vive virou as costas para o invisível. Esse é um dos problemas da humanidade. As pessoas perderam a fé. A maior parte das coisas que valem a pena não se vê e não se toca. Alguém já pegou um sentimento com as mãos? E, no entanto, não existe nada mais forte e real.

Ninguém, em tempo algum, conseguiu segurar na mão uma única cor do arco-íris. Muitos quiseram, eu mesmo tentei várias vezes, mas não tem jeito. O raio de luar é uma coisa branca, suave como uma seda que ondula ao vento, mas ninguém põe a mão.

E os sonhos só se entregam a quem busca algo além da realidade tangível. Quem sonha habita um mundo que ainda não existe, mas que poderá vir a ser.

O meu gato faz parte desse universo invisível e essencial. Tem uns olhos amarelados e miúdos. E deixa na casa, e dentro de mim, um gosto morno de infância e novelo de lã.
 

terça-feira, 23 de julho de 2013

A breve carreira militar

Jorge Adelar Finatto


photo: j.finatto
 

A - este é o nome do nosso singelo personagem - foi reprovado no exame físico do Exército. Era na década de 1970, em plena ditadura militar. Alguém teve a infeliz idéia de mandar que tirasse os óculos. Depois que os retirou, passou a ouvir vozes e enxergar vultos. Aquele período de dois dias no quartel foi o tempo que durou a carreira militar de A.
 
Na verdade, ele queria ingressar na Marinha do Brasil. Os filmes de pirata e de guerra naval haviam plantado este sonho em seu imaginário. Sempre gostara de aventuras pelos mares do mundo. Mas um amigo disse-lhe que se ele se alistasse na Armada teria de permanecer pelo menos cinco anos, longe de tudo e de todos. Por mais que quisesse ser marinheiro, isso estava fora de cogitação.
 
A imagem mais marcante que guardou na memória de sua célere passagem pelo Exército foi a do encontro entre um oficial e os dispensados numa sala. O militar olhou-os com desalento. Perguntou o que achavam que deveria ser feito com eles.

A quase maioria respondeu que estava preparada para fazer o serviço militar. Era sem dúvida um pelotão de bravos. O oficial disse, então, com delicadeza, que o certo era colocá-los dentro de um caminhão e depois atirar todos dentro do Guaíba.

Houve um certo desconforto entre os intrépidos guerreiros.
 
- Vocês não servem pra nada. Vão embora antes que eu me arrependa e chame o caminhão.
 
A voltou desanimado para casa, para a insossa vida civil que o aguardava (tinha só 18 anos). Voltou sem uniforme, sem divisas, sem histórias pra contar e sobretudo sem a admiração dos amigos de rua. Voltou, enfim, como partira, apenas um cara comum, sem eira nem beira, com a vida por levar num país injusto, esculhambado e violento, sem perspectiva para gente como ele.
 

domingo, 21 de julho de 2013

Os buquinistas de Paris

Jorge Adelar Finatto
 
photo: j.finatto. Catedral de Notre-Dame

Jamais me senti solitário nas margens do Sena.*
Ernest Hemingway

Um passeio interessante, em Paris, pra quem gosta de livros, é sair a pé pelas margens do Sena. Gosto de começar na altura da Notre-Dame em direção ao Museu do Louvre, com tempo para ir parando nas bancas de livros dos buquinistas (bouquinistes), os conhecidos vendedores de livros usados.

photo: j.finatto

Eles são muitos e estão instalados ao longo dos muros nas margens do rio, com suas bancas de cor verde. Dizem alguns que eles estão ali desde o século XVIII.

photo: j.finatto
 
Os alfarrabistas da beira do Sena fazem parte do cartão-postal da cidade. Seu pequeno comércio de livros velhos, cartazes e souvenirs habita a paisagem parisiense e se apresenta ao olhar atento ou distraído de qualquer pessoa, nativo ou turista. Em geral são gentis e há até aqueles que gostam de uma conversa à toa, dessas que fazem a gente se sentir em casa. Outros não toleram aproximações e censuram com veemência quem pára para tirar uma fotografia do local.

photo: j.finatto

O que se procura no buquinista? Ora, vamos ali buquinar, verbo que, no Aurélio, significa procurar livros em sebo, catar obras literárias, muitas delas fora de comércio. Uma busca que, às vezes, rende preciosidades. Um bouquin (livro) raro, talvez.

photo: j.finatto

Numa caixa encontrei e comprei um pequeno e encantador exemplar do livro Une Saison en Enfer (Uma estação no inferno), de Arthur Rimbaud, publicado em 10 de fevereiro de 1945, pela Mercure de France, trigésima primeira edição. As 90 páginas estão já um tanto amarelecidas, mas em bom estado. A capa está coberta por um delicado e fino plástico incolor. O antigo proprietário tinha um carinho especial pelo volume. Sabe-se lá as estantes que percorreu até chegar no caixote verde. Um achado.

photo: j.finatto

Por essas e por outras, vale a pena passar uma tarde na beira do Sena, sem pressa, intercalando a missão de explorador literário com um cappuccino e uma baguete, na mesa de um aconchegante café, na calçada de preferência, se não fizer muito frio.

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*Paris é uma festa. Ernest Hemingway. Tradução de Ênio Silveira. Editora Bertrand Brasil, 15ª edição, 2011, Rio de Janeiro.
Texto revisto, publicado antes em 03 de maio, 2012.
 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A rebelião dos guarda-chuvas

Jorge Adelar Finatto


photo: j.finatto

 
Um fato incomum aconteceu em Passo dos Ausentes.

Revoltados por viver na zona sombria do esconso, os guarda-chuvas da nossa pequena aldeia reuniram-se em assembléia na Praça da Ausência. Decidiram protestar flutuando sobre os telhados do casario antigo. Depois foram-se pelo céu azul em alegre bando.


photo: j.finatto
 
O blog procurou um dos líderes do movimento, Ernesto Chuva Fina, que nos recebeu no banco da Fonte dos Esquecidos. Segundo afirmou, os conjurados deliberaram aproveitar os dias de azul profundo como esse (em pleno julho invernal), a fim de arejar o pensamento, o corpo e o espírito.
 
- A questão é simples -, disse ele: - guarda-chuva também é gente. Mas o povo só se lembra de nós nos dias maus, de relâmpago, trovoada, frio, chuvarada e ventania. Por que nunca nos fazem um agrado?

Prosseguiu Chuva Fina:

- O que custa sair com a gente num dia lindo como hoje para aproveitar a fresca e o bom tempo? Mas não. Nos dias belos nos deixam fechados, molhados, pendurados, enterrados e amargurados numa lata cilíndrica ou num cabide. Queremos um pouco de vida na nossa vida. Na verdade, queremos muito mais vida.


photo: j.finatto

E concluiu:

- Por que será que a felicidade dos outros incomoda tanto algumas pessoas?
 
A bela sombrinha Mariana Gota Dágua afirmou que não há prazo para o fim da rebelião:
 
- Por certo não queremos um prazo determinado para ser feliz. Prazo é coisa de gente rígida, impermeável, tosca, avessa às belezas e levezas da vida. Nós vamos é curtir. Enquanto houver dias azuis, ficaremos na rua. Ou mehor, nos ares e nas praças, que é onde gostamos de passear e nos divertir. Podemos ser muito engraçados e brincalhões, sabia? Temos humor, coisa que as pessoas deste lugar perderam faz tempo.


photo: j.finatto
 
E saiu flutuando a jovem Gota Dágua, reunindo-se ao bando na maior felicidade.
 
Como em grande parte do ano faz frio, chove, venta, neva e neblina aqui nos Campos de Cima do Esquecimento, os moradores estão preocupados com os desdobramentos do movimento guarda-chuval. O guarda-chuva é artigo de primeira necessidade entre nós.



photo: j.finatto
 
- Temos de nos acostumar aos novos tempos. Assim como o povo, os guarda-chuvas também resolveram parar de esperar por dias melhores e foram à luta nas ruas (e pelos ares). Eles têm seus motivos e devemos respeitar seus sentimentos, declarou ao blog Don Sigofredo de Alcantis, filósofo, presidente da Sociedade Histórica, Geográfica, Filosófica, Literária, Agnóstica,  Astronômica, Antropológica, Mística, Antropofágica, Ecológica, Pantagruélica e Artística de Passo dos Ausentes.

 E a vida segue.

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Fotos tiradas na cidade de Canela, Rio Grande do Sul, inverno 2013.