Jorge Adelar Finatto
Un petit espoir très féroce:
c’est moi!
Robert Lalonde
Ainda não nasci
sequer faço parte da paisagem
escuto uns gritos do outro lado: não estou
a sombra é apenas o começo
do previsível caminho
que vai dar na aurora
ainda não nasci
no entanto, é para breve
celebro a vida que virá
rompendo a escuridão
explodindo em alegria
como a primavera depois do inverno
sei onde isso terminará:
flor no extremo do ramo
beleza enchendo o vazio
faço do silêncio
um grande bosque
onde borboletas passeiam
pássaros inventam a claridade
com seu canto
imagina uma faísca que, súbito, paira no ar
uma palavra procurando um oco de boca
uma pequena luz que cresce: sou eu
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Foto: Jorge Finatto
Poema do livro O Fazedor de Auroras,Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1990.
Este é outro poema esplêndido.
ResponderExcluirAdmiro o lirismo derramado dele, queria eu ter esta facilidade de desnudar meus recônditos sentimentos...
A vida virá, sim, para quem acredita que apesar de tudo existe algo de bom no coração dos homens.
Abraço e Feliz 2010!
Ricardo Mainieri
As tuas palavras mostram a generosidade do ser humano, o lirismo e a grandeza do poeta que és. Do fundo, agradeço a tua atenção e a tua presença.
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