Jorge Adelar Finatto
O Nazismo foi uma das maiores atrocidades da história humana. Conhecer suas origens e o tipo de comportamento que o gerou é fundamental para reconhecer seus sinais e evitar que a experiência se repita. O filme A Fita Branca (Das Weisse Band), dirigido e concebido por Michael Haneke, reúne numa mesma história os diferentes elementos que podem nos fazer entender um pouco da gênese deste monstruoso episódio.
Premiado com a Palma de Ouro em Cannes em 2009, e recebendo duas indicações ao Oscar em 2010, nas categorias de melhor filme estrangeiro e fotografia, A Fita Branca se passa num lugarejo da Alemanha, às vésperas da eclosão da Primeira Guerra Mundial. A comunidade é formada por camponeses, por um Barão que emprega em suas terras a maioria das pessoas do lugar, e por figuras como uma parteira, um médico, um professor, um líder religioso e jovens adolescentes.
O ambiente se caracteriza por comportamentos extremamente rígidos e pela frieza e indiferença em relação ao outro, e nesse processo personagens como o líder religioso exercem importante papel. Estranhos acontecimentos começam a ocorrer, rompendo a rotina da pacata (na aparência) aldeia, e esses comportamentos começam a ser revelados em diversos níveis.
O ambiente se caracteriza por comportamentos extremamente rígidos e pela frieza e indiferença em relação ao outro, e nesse processo personagens como o líder religioso exercem importante papel. Estranhos acontecimentos começam a ocorrer, rompendo a rotina da pacata (na aparência) aldeia, e esses comportamentos começam a ser revelados em diversos níveis.
O filme é inquietante e nos leva a pensar e repensar sobre as diversas formas de violência contra o ser humano. Encontramos a dureza do autoritarismo em suas manifestações na família, nos relacionamentos do dia a dia, na política, na escola, na religião, no trabalho, e nos defrontamos com padrões morais socialmente tolerados, alguns aparentemente inocentes, mas profundamente cruéis. Um ambiente favorável à barbárie.
Trata-se de obra que proporciona várias leituras. O excelente trabalho foi produzido em preto-e-branco, com 144 minutos de duração, que passam rapidamente.
(Assisti no Instituto NT, em Porto Alegre, rua Marquês do Pombal, 1111 (sem estacionamento). É um casarão antigo transformado em centro de cinema e de cultura. O café é um dos pontos altos desse novo espaço, oferecendo uma boa variedade de aromas e composições de sabor.)
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Foto: Reuters, divulgação do filme.
A Alemanha traz bem vivas suas influências anglo-saxônicas e luteranas.
ResponderExcluirO povo apresenta um racionalismo, reforçado por eminentes filósofos germânicos, conjugado com mitos de guerreiros ancestrais. A religião, embora enseje a prosperidade, é calcada em conteúdos culposos.
O psiquiatra Reich só podia ser mal-visto neste contexto. Comunista, criador de uma teoria que falava em couraça do caráter, ele dizia que o Nazismo supria, no inconsciente do alemão médio, a figura de uma mãe.
Aliado a isto, uma crise do marco alemão e uma figura carismática e inflexível como Hitler, como disse Bergman, estava aberto o caminho para ser depositado o "Ovo da serpente", outro significativo filme sobre o Nazismo.
Infelizmente, estes anos todos não baniram, definitivamente, da mente das pessoas estas idéias.
O movimento de ultra-direita, simpatizante, inclusive, do Nazismo, tem nos skinheads uma mostra expressiva. Acima deles, lideres na Aústria, na França e em outros países tentam demonizar os imigrantres e os diferentes.
Algo que lembre a velha teoria da Eugenia e da raça superior...
Ricardo Mainieri