segunda-feira, 31 de maio de 2010

O sentido do inefável

Jorge Adelar Finatto


Um pouco sol, um pouco nuvem. Tem dias assim. Intervalo entre sonho e realidade. Uma saudade remota e vaga acende dentro de mim. De que estarei me recordando? Não sei. Há algo que não se revela. Um mundo escondido. Um tempo de borboletas e flores na janela, numa cidade invisível. O sentimento do inefável anda sempre comigo. A melancolia é o sol quando cai atrás da montanha ou nuvem. Talvez venha de outra existência, antes da minha, a obscura lembrança que me acompanha. De um tempo não vivido. Essa memória sem face pode estar, quem sabe, no tempo futuro, nas coisas que estão por acontecer. Que venha, pois, esse mundo novo, com sua luz da manhã,  suas cálidas revelações, sua ventura.

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Foto: J.Finatto

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