Jorge Finatto
Li recentemente um livro que vale a pena. O título é Negrinha e seu autor é o francês Jean-Christophe Camus (filho de pai francês e mãe brasileira). A obra é ilustrada com belas aquarelas do também francês Olivier Tallec. É uma história em quadrinhos, lançada em 2009, o Ano da França no Brasil. Trata da vida cotidiana de uma menina de 13 anos, que vive no Rio de Janeiro e começa a entrar em contato com a realidade de sua família e sua cidade, um resumo de seu país.
Aí nesse cenário há a beleza deslumbrante do Rio, com sua zona sul, seu mar, suas montanhas, sua gente bonita, seus personagens, como o vendedor de amendoim, o porteiro do edifício, os meninos jogando futebol, as pessoas na rua.
Mas ela também descobre a dureza da vida na favela e, nela, os laços de afeto, as dificuldades de viver, a alegria simples, a comunhão através do samba. Nesta, Cartola recebe uma menção especial, justa homenagem. O problema racial, com sua carga de preconceito, violência e injustiça, é abordado com realismo e sensibilidade.
A apresentação de Gilberto Gil é preciosa.
Mas ela também descobre a dureza da vida na favela e, nela, os laços de afeto, as dificuldades de viver, a alegria simples, a comunhão através do samba. Nesta, Cartola recebe uma menção especial, justa homenagem. O problema racial, com sua carga de preconceito, violência e injustiça, é abordado com realismo e sensibilidade.
A apresentação de Gilberto Gil é preciosa.
Um livro belo e delicado que faz bem a brasileiros, franceses e seres humanos em geral.
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Negrinha. Jean-Christophe Camus (texto) e Olivier Tallec (aquarelas), 104 páginas. Tradução de Fernanda Abreu. Desiderata, Rio de Janeiro, 2009.
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