Jorge Adelar Finatto
Vou encher a bilha e trago-a
Vazia como a levei!
Mondego, qu'é da tua água,
Qu'é dos prantos que eu chorei
António Nobre
O Mondegome dá
saudade
do Guaíba
os últimos barcos
partem
ao entardecer
deixando atrás
o sonho dos homens
o poema de António Nobre
escrito na pedra
à beira do rio
me recorda Porto Alegre
seus poetas esquecidos
a bilha vazia
da alma
o açúcar queimado
do crepúsculo
em Coimbra
me faz voar
sobre os telhados
agarrado no vestido
da Princesa Inês
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Poema do livro Memorial da vida breve, Editora Nova Prova, Porto Alegre, 2007.
Foto: J. Finatto
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