Na oficina invisível onde trabalham os poetas, as portas e janelas da percepção estão sempre abertas. O artesanato é difícil. Encontrar poesia nos seres e nas coisas, com o imenso cuidado de não diminuí-la, é tarefa que exige sensibilidade, entrega, perseverança, humildade. É ofício de uma vida inteira.
A que serve o poeta? Ele tenta descobrir e revelar a poesia errante. A rara essência que existe além do que os olhos podem ver. Procura o poeta, com desvelo, colher a revelação através da construção do poema. O fracasso acompanha esse esforço, temperado, aqui e ali, por um feliz achado.
A que serve o poeta? Ele tenta descobrir e revelar a poesia errante. A rara essência que existe além do que os olhos podem ver. Procura o poeta, com desvelo, colher a revelação através da construção do poema. O fracasso acompanha esse esforço, temperado, aqui e ali, por um feliz achado.
A arte desse silencioso artesão é trabalho não remunerado, clandestino, à margem da agitação e do tempo. Quando um novo poema acontece, é a própria maravilha que se desvela à mente e ao coração dos homens.
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Foto: J. Finatto
Já vi gente por ai caracterizando a poesia como um inutensílio.
ResponderExcluirMas, de que nos servem as coisas ditas úteis que se esgotam no seu desejo e posse...
A poesia vai além, transcende, não tem preço.
É um dom que muitos acreditam terem, mas a poucos é dado a possibilidadde de ver, realmente, a sua face...
Grande abraço ao colega deste duro e, ao mesmo tempo, delicado ofício.
Ricardo Mainieri